No Planalto, comitiva de Trump deve abordar banimento da China do 5G
O governo Bolsonaro receberá, no começo da próxima semana, uma comitiva de alto nível da Casa Branca, liderada pelo embaixador Robert O’Brien (foto), conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, o homem que assessora Donald Trump nos assuntos mais sensíveis das relações exteriores. O diplomata vem ao Brasil para uma série de encontros com empresários...
O governo Bolsonaro receberá, no começo da próxima semana, uma comitiva de alto nível da Casa Branca, liderada pelo embaixador Robert O’Brien (foto), conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, o homem que assessora Donald Trump nos assuntos mais sensíveis das relações exteriores. O diplomata vem ao Brasil para uma série de encontros com empresários e autoridades para tratar de investimentos americanos no país, incluindo reuniões com Jair Bolsonaro, Augusto Heleno e Ernesto Araújo. A equipe de Trump deve trazer na bagagem o insistente pedido americano para que o Brasil exclua a tecnologia chinesa da Huawei do leilão do 5G, previsto para o meio do ano que vem.
O’Brien viaja acompanhado do vice-Representante de Comércio dos EUA, Michael Nemelka. Também fazem parte da delegação Kimberly Reed, a presidente do Banco de Exportação e Importação, Exim, e a diretora da Corporação de Desenvolvimento Financeiro dos Estados Unidos, DFC, Sabrina H. Teichman. As duas organizações financeiras são a espinha dorsal da estratégia americana para incentivar países emergentes a adotarem tecnologias 5G produzidas por empresas como Nokia e Ericsson, consideradas “limpas” por Washington. O governo americano considera financiar a aquisição destes equipamentos no Brasil para fazer frente à Huawei, que tem aparelhos mais baratos.
O Planalto ainda não bateu o martelo sobre o que fazer com as empresas chinesas. A ala ideológica e o ministro Ernesto Araújo pressionam para um alinhamento aos Estados Unidos, ideia com a qual Jair Bolsonaro até flerta, mas existem soluções menos drásticas. Também está na mesa uma proposta para que o país adote uma arquitetura que limite a participação de fornecedores a determinadas fatias de mercado, excluindo a China de redes consideradas “críticas” para a segurança nacional. Na consulta pública que a Anatel realizou sobre o edital do leilão do 5G, a Huawei pediu a retirada do item "cibersegurança" do texto.
Diferentemente do que ocorre com périplos de autoridades americanas pela América do Sul, a delegação do Conselho de Segurança Nacional virá exclusivamente ao Brasil, segundo o embaixador americano em Brasília, Todd Chapman. “Entendemos o enorme potencial e a importância estratégica de nossa parceria com o Brasil, e seguiremos trabalhando para fortalecer a nossa cooperação nas mais diversas áreas”, diz o diplomata.
Durante a viagem, o braço financeiro da diplomacia norte-americana também tratará de investimentos em outras áreas, como na infraestrutura e no agronegócio. Para além do 5G, o Exim e o DFC podem servir como ponta de lança dos EUA para fazer frente às investidas do dinheiro da China em projetos no Brasil, avaliam diplomatas brasileiros a par da visita.
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Comentários (10)
Odete6
2020-10-17 21:00:53Que coisa humilhantemente idiota a escolha entre ""obedecer"" a um ou a outro!!! A solução é bem simples: qual deles é o melhor para o BRASIL em todos os sentidos tecnológicos e qual deles nos transfere tecnologia. Ponto.
FERNANDO ANDRADE
2020-10-17 19:48:12Embora o atual presidente dos EUA seja um tanto truculento, foi um dos poucos que maior atenção tem dado ao nosso país. Já a china é beligerante. Que o digam os países que com ela fazem fronteira com por terra ou mar. Há poucos dias atrás, uma flotilha com quase 300 navios pesqueiros chineses, invadiram o mar nas ilhas galápagos, causando enormes prejuízos ao Equador. Só não prosseguiram por causa da marinha americana, que agora monitora a região em razão do narcotráfico. Às vezes barato caro.
RUI
2020-10-17 18:06:06ALGUÉM VAI SAIR PERDENDO NESSE JOGO! VOU DAR UM PALPITE: AGACHADOS FUTEBOL CLUBE, TIME DE 5A. DIVISÃO DO PALÁCIO DO PLANALK=TO!
ERNANI
2020-10-17 17:20:50É uma excelente oportunidade de o Brasil, igualmente como fez na segunda guerra com a indústria siderúrgica, obter uma vantagem definitiva na obtenção de tecnologias ou implantação de fábricas no Brasil.
Lucia
2020-10-17 14:05:39Brasil.!. coitados de nós
AIRTON
2020-10-17 11:47:52Bolsonóquio só queima o filme. Trump está de saída. E Biden tá cagando pro Bozó.
Volf MS
2020-10-17 10:32:46Vai ficar desse jeito, se o Trump ganhar com certeza a tecnologia 5G chinesa vai ser excluida, agora se o Biden ganhar com certeza Bolsonaro vai retaliar e vai comprar dos chineses. Prá manter o padrão não são bons negócios para a nação que interessam e sim alinhamento ideológico. Se fosse o Lula Pr advinha de quem iamos comprar.
Maria
2020-10-17 09:41:33Depois da vitória de Joe Biden tudo vai mudar.
MARCOS
2020-10-17 09:26:45Todas as propostas que eles fizerem beneficiam, somente, aos empresários Americanos. Tradicionalmente, Americanos só pensam no seu próprio umbigo, como ocorreu recentemente com a ameaça de retaliação, feita pelo Trump, caso o Brasil não zerasse as tarifas sobre o etanol americano. O governo deve se impor, exigindo vantagens comerciais, pois as exportações para os USA só reduzem, enquanto aumentam para a China.
REGINA
2020-10-17 08:35:48Noticia boa, mas o que os EUA nos ofereceram, de concreto, em troca de mais essa benesse que pleiteam? Até agora o governo brasileiro só se curvou-se interesses americanos. Está na hora do Brasil se impor mais e exigir contrapartida dos americanos.