Benjamin Netanyahu via X

Netanyahu dobra a aposta em pressão americana por eleições

18.03.24 11:21

O premiê israelense Benjamin Netanyahu (foto) respondeu, nesse final de semana, a um inédito pedido vindo de políticos dos EUA para que novas eleições ocorram no país. Na semana passada, o líder do governo de Joe Biden no Senado, Chuck Schumer, fez um discurso alegando que, com Netanyahu, “a população israelense está sendo sufocada agora mesmo por uma visão do governo presa no passado.

Netanyahu foi até a CNN americana rebater o parlamentar. “Acho que o que ele disse foi totalmente inapropriado. E é inapropriado ir até uma democracia-irmã e sugerir trocar a liderança dali”, disse o primeiro-ministro, o mais longevo nos 75 anos de Israel. “Não somos uma república de bananas.”

Para ele, o único governo que os Estados Unidos deveriam trabalhar para derrubar, neste momento, seria o Hamas na Faixa de Gaza. Ele ainda dobrou a aposta: “A maioria dos israelenses apoiam nosso governo, a maior parte dos americanos apoiam Israel contra o Hamas e a maior parte dos israelenses apoiam que entremos em Rafah, destruamos os batalhões terroristas do Hamas.”

A fala de Chuck Schumer — que é também o judeu mais bem colocado na política americana atualmente — ainda ecoa tanto em Israel quanto nos EUA.  Ex-presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi (Democrata-Califórnia) disse que apoia a fala por considerar um “ato de amor por Israel”. Adam Schiff, outro democrata ferrenho defensor de Israel, disse discordar da fala — mas reconheceu a importância do que Schumer disse.

“Como uma democracia, Israel tem o direito de escolher suas próprias lideranças e devemos — e deixar que as coisas aconteçam como quiserem”, disse Schumer na quinta-feira, em discurso no plenário, antes de advertir de maneira mais dura. “O que é importante é que os israelenses tenham uma escolha e é necessário um novo debate sobre o futuro de Israel após 7 de outubro.”

Netanyahu sabe, no entanto, que sua situação inspira cuidados. Isso porque protestos dentro e fora de Israel mostram que seu apoio não é total. Ainda piora o fato que, em pesquisas recentes, o apoio às eleições antecipadas não só tem crescido, como indicam que ele não conseguiria formar um novo governo. Desta forma, o ex-premiê Benny Gantz —que esteve em Washington angariando apoio— surge como o principal candidato a seu sucessor.

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