Câmara dos Deputados

Negociações com Centrão geram crise na base aliada do governo

08.07.20 12:55

Para ampliar o espaço do Centrão, o Planalto decidiu colocar em negociação cargos de vice-liderança do governo na Câmara. Mas a troca gerou insatisfação da base e deputados bolsonaristas atribuem ao ministro da Secretaria de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos, as mudanças.

Entre os que devem perder o posto de vice-líderes do governo estão os deputados Daniel Silveira (foto), do PSL do Rio de Janeiro, e Capitão Derrite, do PP de São Paulo. O parlamentar fluminense reagiu mal à notícia e criticou o ministro Ramos, responsável pela articulação política do governo, por conta da decisão.

“Acabo de saber que minha retirada da vice-liderança do governo foi um pedido do general Ramos para alocar deputados do Centrão. Estranha essa relação de homens tão próximos manobrarem enfraquecimento da base do presidente”, disse Daniel Silveira, pelas redes sociais. “Ser líder só tem ônus, mas ao menos que seja alguém de honra”, acrescentou.

O deputado federal do PSL insinuou que o general Ramos estaria atuando em prejuízo do Planalto. “O presidente não dá um passo sem ser atrapalhado. O sistema está mais do que aparelhado, está tomado”, criticou Silveira.

As mudanças para colocar o Centrão mais próximo da articulação política do governo começaram em maio, quando o presidente Jair Bolsonaro indicou o deputado Evair Vieira de Melo, do PP do Espírito Santo, para ocupar uma das vagas de vice-líder. Ele substituiu Herculano Passos, do MDB de São Paulo.

Hoje, dos 14 cargos de vice-líderes do governo na Câmara dos Deputados, sete são ocupados por parlamentares do PSL, antigo partido de Jair Bolsonaro. Há ainda deputados do Podemos, DEM, PP, PL, Pros e PSC.

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