STFMoraes: um dos objetivos do inquérito era ˜assustar˜ os radicais

Moraes diverge de Toffoli e defende compartilhamento de dados entre Receita e MP

21.11.19 16:10

Em seu voto no julgamento sobre compartilhamento de informações financeiras, o ministro Alexandre de Moraes (foto) apresentou a primeira discordância em relação ao voto do ministro Dias Toffoli, proferido na quarta-feira, 20. Moraes defendeu a atuação da Receita Federal para apurar suspeitas de crimes fiscais e lembrou que o órgão só compartilha as informações após duas etapas de verificação das informações.

“Por que o Coaf/UIF pode compartilhar (informações de movimentações financeiras) com a Receita, a Receita pode pedir o compartilhamento de todos os bancos, produz uma prova que é lícita, que é indispensável ao exercício da ação penal, e aí não pode compartilhar com o titular da ação penal?”, indagou o ministro.

Moraes defendeu que todas as informações que a Receita juntar nos procedimentos em que apura irrregularidades podem ser enviadas ao Ministério Público sem autorização judicial. Em seu voto, Toffoli havia delimitado que a Receita não pode compartilhar diretamente com o Ministério Público algumas informações, como extratos bancários e declarações de Imposto de Renda.

O segundo ministro do STF a apresentar o voto no caso lembrou decisões anteriores da corte que admitiram que a Receita acesse dados genéricos de informações bancárias de contribuintes, e, a partir deles, se houver indícios de irregularidades, instaurar um procedimento para pedir informações mais detalhadas, inclusive ao próprio contribuinte.

“Não é uma devassa geral aleatória, já se passou do primeiro filtro e há um fato específico”, alegou Moraes. Ele ressaltou que só após esta segunda etapa é que as informações da Receita devem ser mandadas ao Ministério Público.

“De um mar de informações de cruzamento de dados em um primeiro estágio, há um funil estreito para segundo estágio, e mesmo deste, poucos casos vão (para o MP)”, argumentou o ministro, lembrando que é um dever da Receita informar ao Ministério Público suspeitas identificadas após essa verificação em duas etapas.

“É dever, uma imposição legal”, alegou. “Neste caso divirjo de vossa excelência”, disse Moraes, dirigindo-se a Toffoli. “Entendo que é possível o compartilhamento de todas as informações produzidas pela Receita Federal que encejaram o lançamento do tributo, pois somente neste momento a materialidade do tributo ficou constatada”, determinou.

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    1. De tomara...só estamos tomando. É teatro pra enganar.

  1. A Representação Fiscal para Fins Penais está prevista na LEI n° 8.137/90. Havendo FRAUDE (ex. notas fiscais FRIAS), portanto um crime PENAL, o Auditor Fiscal da Receita Federal, após lavrar o Auto de Infração no que se refere matéria tributária, fica OBRIGADO a fazer a Representação ao Ministério Público Federal. Claro demais! Só o nosso IMPERADOR dos DIAS atuais NÃO SABE e "chuta". Estamos mal!

  2. Boa!!! Aliás eu ainda não entendo como durante tanto tempo a Receita Federal não tenha levantado nada transação suspeita em tudo que estamos vendo. Entretanto quando nós, pobres mortais, deixamos de declarar uma receita de R$. 1.000,00 no ano ela já nos manda para malha fina.

    1. tem que dever milhões. aí se pegarem, entra com recurso até prescrever. A nossa "carta magna" escrita por iguais aos que aí estão nas duas casas, garante isto. Todos bandidos. Vc acredita que vai mudar alguma coisa?? jogo teatral

  3. Bom mocinho!! Ou tá fazendo média pra figurar na minoria dos votos??? Aguardar!! Estão a serviço dos endinheirados...aqueles que podem pagar recursos até prescrever as ações.

    1. concordo! se já sabem a soma dos votos, fazem média de bonzinhos. quem foi que colocou ele lá? entendi....bandido tbm.

    1. Na minha opinião o Toffoli fez uma grande c* , não teve peito de admitir e acabou perpetuando por horas aquela enrolação que nem os demais ministros entenderam.

  4. Reiterando que ensejar é com s, a gente fica animada ao perceber que uma onda de seriedade e competência inicia o seu trânsito pelo plenário do STF... demorou mas está chegando!

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