SANA

Milícias curdas abandonadas pelos EUA recebem ajuda de Bashar Assad

14.10.19 14:47

Na manhã desta segunda-feira, 14, soldados do ditador sírio, Bashar Assad (foto), entraram sem resistência na cidade de Tel Tamer, no nordeste do país.

A região estava sob controle das milícias curdas YPG, apoiadas pelos americanos. No início de outubro, o presidente Donald Trump decidiu retirar da Síria as tropas dos Estados Unidos,  o que abriu terreno para a invasão turca, ordenada por Recep Erdogan.

Os soldados sírios entraram com o consentimento das milícias curdas. “Agora que os Estados Unidos decidiram não ficar do lado do YPG contra a Turquia, os milicianos curdos tiveram de retornar ao seu apoiador anterior”, diz o analista político Ali Bakeer, especializado em conflitos no Oriente Médio. Nos últimos dias, um acerto entre a ditadura de Bashar Assad e o YPG foi costurado às pressas.

No início da guerra civil na Síria, em 2011, Assad chegou a apoiar as milícias curdas do YPG. “Assad aproveitou-se das milícias curdas assim como os Estados Unidos fizeram isso mais tarde”, diz Bakeer. “O objetivo dos grupos armados curdos é controlar a maior quantidade possível de terras, para, no futuro, estabelecer um estado próprio. É esse comportamento que tem feito com que eles sejam usados por diferentes atores”.

Para as milícias curdas YPG, o pior cenário seria uma aproximação de Assad com Erdogan. Elas são próximas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o PKK, que desde 1978 já realizou diversos atentados terroristas na Turquia.

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  1. O abandono por Trump de seus ex-aliados curdos, largados aos turcos, jogou-os nas mãos da Síria, feroz ditadura sobrevivente, opositora dos americanos, de seita muçulmana alauita (leia-se xiita), o que fortalece o Irã na região, além dos russos (que tem base na Síria). Estrategicamente uma decisão errada essa de Trump.

    1. O grande vencedor por trás das cortinas desse teatro do absurdo é o Irã, cada vez mais forte na área, sendo uma ameaça ainda maior para os países sunitas do Golfo. Por trás disso tudo, aumenta a influência de Putin nesse tabuleiro de xadrez, em que os americanos são os grandes perdedores, sobrando estilhaços para os europeus. E, pasmem, a Turquia é membro da OTAN (mas não da UE - e jamais será).

  2. Os curdos foram esquecidos na partição do oriente médio pelas potencias imperiais da época e desde então vivem de forma precária nas regiões do Irã, Iraque, Síria e Turquia. O Curdistão. Essa traição de um aliado oportunista, não é a primeira de sua história. Lamentável.

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