Governo sírio anuncia fim da operação contra apoiadores de Assad
O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) estima que mais de 1.000 pessoas foram mortas na operação, incluindo 750 civis

O Ministério da Defesa da Síria anunciou nesta segunda-feira, 10, o fim da operação de combate aos apoiadores remanescentes do ditador deposto Bashar Assad.
Os confrontos começaram na quinta-feira, 6, quando tropas do Exército sírio foram atacadas em Latakia, segundo o governo. Dezesseis militares morreram. O regime respondeu com uma ampla mobilização de tropas.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) estima que mais de 1.000 pessoas foram mortas desde então, incluindo 750 civis. Imagens obtidas pela agência Reuters mostram dezenas de corpos espalhados pelas ruas de Latakia.
Hassan Abdul Ghany, porta-voz do Ministério da Defesa sírio, afirmou, nas redes sociais, que as instituições públicas agora podem retomar seu trabalho.
"Estamos abrindo caminho para que a vida volte ao normal e para a consolidação da segurança e da estabilidade."
Segundo o porta-voz, há planos em andamento para continuar combatendo os remanescentes do antigo governo.
"Conseguimos absorver os ataques dos remanescentes do antigo regime e seus oficiais. Destruímos seu elemento surpresa e conseguimos empurrá-los para longe dos centros vitais, protegendo a maioria das estradas principais."
O novo governo sírio, liderado por Ahmad al-Sharaa, antigo comandante do grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), acusa remanescentes do regime de Bashar Assad de tentar desestabilizar o país. Sharaa prometeu levar os responsáveis à Justiça.
A minoria alauíta, ligada à família Assad, governou a Síria por mais de cinco décadas. O ex-ditador Bashar Assad foi deposto em dezembro após uma ofensiva de 11 dias conduzida pelo HTS. Desde então, as tensões aumentaram na região costeira, onde muitos alauítas vivem.
Israel acusa de “massacre”
O ministro da Defesa, Israel Katz, culpou o presidente interino da Síria, Ahmed al-Shaara, também conhecido como al-Jolani quando lidera o Hay’at Tharir al-Sham (HTS), pelas execuções.
“Al-jolani tirou sua galabiya [roupa árabe tradicional], vestiu um terno e apresentou uma fachada moderada. Agora, ele tirou a máscara, revelando seu verdadeiro rosto: o de um terrorista jihadista da escola da Al Qaeda que comete atrocidades contra a população civil alauita“, disse.
Katz fez menção à troca de vestimentas de Jolani, que abandonou a roupa de guerra e passou a usar ternos para representar a Síria como o novo presidente.
Segundo o ministro, Israel vai “se defender contra qualquer ameaça” e protegerá as comunidades das Colinas de Golã e Galileia.
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