Fundação do Aliança pelo Brasil tem palanque, Chico Buarque e locutor de rodeio
Engarrafamento, vias fechadas, banners nas calçadas, apoiadores com camisetas e bandeiras, discursos, grito de guerra, muitas fotos. A fundação do Aliança pelo Brasil, realizada nesta quinta-feira, 21, teve todos os ingredientes característicos de um encontro partidário. No entanto, o evento, em um dos hotéis mais caros de Brasília, ao lado do Palácio da Alvorada, residência oficial...
Engarrafamento, vias fechadas, banners nas calçadas, apoiadores com camisetas e bandeiras, discursos, grito de guerra, muitas fotos. A fundação do Aliança pelo Brasil, realizada nesta quinta-feira, 21, teve todos os ingredientes característicos de um encontro partidário. No entanto, o evento, em um dos hotéis mais caros de Brasília, ao lado do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, não atraiu figuras da velha política nacional.
Antes da abertura do auditório, o esquadrão antibomba da Polícia Federal fez uma varredura, com auxílio de cães farejadores. Ao redor do prédio, 50 homens vestindo preto faziam a segurança, além da equipe que cuida do presidente e familiares. Fora do hotel, quatro viaturas do Detran, sete da Polícia Militar e duas do Corpo de Bombeiros estavam de prontidão. Mas os agentes não conseguiram garantir a fluidez do trânsito. Muita gente andou até dois quilômetros para chegar ao local do evento.
A cerimônia oficial, que começou às 10 horas, foi realizada em um ambiente fechado, o centro de convenções do Royal Tulip Hotel. Entre os presentes, um dos mais festejados era o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, que se autointitula “um militante bolsonarista”. Hang teve o nome citado ao microfone por Jair Bolsonaro, anunciado como presidente do novo partido. O único integrante do primeiro escalão do governo na plateia era o ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Músicas instrumentais começaram a ser tocadas no auditório após a fala de Jair Bolsonaro. Uma das canções foi a melodia de Apesar de Você, de Chico Buarque, um dos hinos contra a ditadura militar. Bolsonaro tem se recusado a assinar o diploma de entrega do Prêmio Camões de literatura ao cantor, enviado pelo governo de Portugal.
Deputados federais, estaduais, prefeitos e vereadores de diversas partes do país se reuniram na capital federal para prestigiar o surgimento do Aliança pelo Brasil. A maioria, filiada ao PSL, promete migrar para a nova sigla bolsonarista. Alguns se queixaram por não poder entrar com militantes, vindos de suas cidades, no Royal Tulip. Houve discussões com seguranças e malsucedidas carteiradas das autoridades regionais.
Ao público fora da lista de convidados (esses puderam entrar no centro de convenções e desfrutar de um coquetel), restou acompanhar a cerimônia de um telão montado no gramado de um hotel vizinho. Bolsonaro subiu em um pequeno palco, ao lado do filho e senador Flávio Bolsonaro e de Luciano Hang, e discursou para cerca de 300 pessoas --- organizadores esperavam cerca de 5 mil --, quase todas vestidas de verde e amarelo. Mais de 100 jornalistas se amontoavam em um cercadinho para registrar a festa.
Um locutor de rodeios foi o mestre de cerimônias. Entre um discurso e outro, pedia aos apoiadores do presidente para gritar o que batizou de “grito de guerra da Aliança pelo Brasil”, um “iuuuuhhh!”. No melhor estilo vaqueiro, homens, mulheres e crianças respondiam prontamente. Alguns, vindos de Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, usavam chapéu de caubói. Jair Bolsonaro, porém, não atendeu aos apelos para descer do palco e ir ao encontro de seus admiradores anônimos.
Sem o ídolo perto, muitos fizeram fila para uma foto em frente à obra do artista plástico Rodrigo Camacho, do Rio de Janeiro. Ele levou para o evento um quadro com o nome e a logomarca do Aliança pelo Brasil. A obra, que pesa 60 quilos, é composta por 400 cartuchos de calibre .50 e 3 mil cartuchos de pistola.
Ninguém revelou quanto custou o evento. Publicamente, Bolsonaro agradeceu a cessão do centro de convenções ao ex-senador e ex-vice-governador de Brasília Paulo Octávio. Dono do hotel, o empresário, que é filiado ao PSD, foi preso por corrupção e é réu em diversas ações criminais.
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Comentários (10)
Rodrigo
2019-11-23 09:52:45como diria o Cowboy: Ihaaaaaaaaaaaaa
Vera2b
2019-11-22 16:50:34Somos Alianca pelo Brasil! Para 2022, a Vitória será maior! Comunistas aqui não!
Benicio
2019-11-22 15:16:22Cancelei o Valor Econômico, acho que vou cancelar esta mer... também. Mais parece um jornaleco de esquerda com inveja do sucesso do adversário.
João
2019-11-22 14:37:35Notícia de revista de fofoca. No melhor estilo Folha de S Paulo. Tudo para denegrir o Presidente e o Partido. E pensar que meu filho gasta 9 reais por mes para assinar esta revista. Preciso falar com ele.
Roberto
2019-11-22 12:13:21Jornalista Renato Alves, mais um do bando do PT...
Roberto Woolf
2019-11-22 09:51:24Esperemos que dê certo.
Luiz Franco
2019-11-22 08:21:32E Crusoé, vocês estão imigrando para a esquerda ou estou delirando! Quando se fala que: "à convenção foi em um dos hotéis mais caro de Brasília" o que vocês estão supondo? Temos que ver, que o presidente e um sujeito reservado no que se refere a gastos. Então, acredito que ele deva ter uma boa reservar para gastar na hora certa. E o que tem em haver cantado músicas de Chico Buarque?
Carlos
2019-11-22 07:31:03com o nosso dinheiro o povo merece essa corja
Aldora
2019-11-22 06:39:29A PB com Flávio bolssonaro. tô fora byby jb
AMELIA
2019-11-22 06:39:06sou brasiliense e só em saber que Paulo Otavio cedeu seu LUXUOSO HOTEL para o evento já sei que este partido é uma "canoa furada".Pelos inumeros processos aos quais Paulo Otavio responde já se sabe que o combate á corrupção ão será a principal bandeira deste partido !!!