Em quatro anos, governo gasta R$ 43 milhões com licenças eleitorais de servidores
Entre 2016 e 2020, os 2,4 mil servidores públicos federais que solicitaram “licença remunerada para atividade política” -- ou seja, afastamento do cargo para participar de campanha eleitoral -- custaram aos cofres públicos 43 milhões de reais. Para concorrer às eleições municipais deste ano, 274 funcionários concursados já se afastaram de suas funções até o...
Entre 2016 e 2020, os 2,4 mil servidores públicos federais que solicitaram “licença remunerada para atividade política” -- ou seja, afastamento do cargo para participar de campanha eleitoral -- custaram aos cofres públicos 43 milhões de reais. Para concorrer às eleições municipais deste ano, 274 funcionários concursados já se afastaram de suas funções até o momento, mantendo seus salários. O custo é de 6 milhões de reais, segundo cálculos do Ministério da Economia.
Auxiliares de Paulo Guedes (foto) comentam que a pasta chegou a considerar a extinção do privilégio ao enviar a PEC da reforma administrativa ao Congresso no último mês, mas a ideia não foi levada adiante. Agora, parlamentares do DEM e do Novo tentam angariar apoio para propor o fim da licença por meio de emendas à reforma.
Apesar de ter sido idealizado para atender servidores que resolvem se candidatar, o benefício acaba sendo utilizado para outros fins. Há alguns anos, se notabilizou nos corredores do Congresso o caso de um funcionário que usou o período para se preparar para a Maratona de Paris, tradicionalmente realizada em outubro, que coincide com a janela eleitoral.
A benesse vale para quem concorre a cargos que vão de vereador a segundo suplente de senador. Basta estar registrado em alguma chapa para solicitar a licença. Servidores não efetivos reclamam da falta de isonomia, já que, se quiserem se candidatar, precisam abandonar seus empregos e ficam sem fonte de renda fixa durante a campanha.
Por determinação legal, servidores devem se desincompatibilizar de seus cargos públicos de três a seis meses antes da realização da eleição. Eles podem manter seus salários por três meses, mas o dinheiro só é liberado após a confirmação do registro da candidatura pela Justiça Eleitoral.
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Comentários (10)
José
2020-10-04 14:16:51Palhaçada
Jose
2020-10-04 08:35:30Em um país decente, não haveria este benefício nem para quem quer entrar e bem para quem está. Por exemplo, os políticos que foram eleitos mantém os salários e outras mordomias durante as campanhas, o que é uma improbidade nojenta. Peguem o exemplo do Bozo. Tudo o que ele fez na vida até hoje foi pago com dinheiro público. Olha o que ele produziu? Nenhum projeto de lei, 145 mil mortos, fuga de investidores, uma moeda fraca e rejeitada e uma nova recessão econômica.
Egon
2020-10-04 07:24:52Cabe ao Congresso corrigir essa malandragem pura. Pouco importa se o serviço desses candidatos do serviço público seja executado neste período,ou em contrapartida mais despesas no salário do substituto .
Scully
2020-10-04 06:57:52E o gasto injustificável com os cartões corporativos?? Quisera ver uma reportagem investigativa corajosa sobre isso!! Um sonho também ler uma reportagem corajosa sobre a falta que faz uma auditoria no sistema previdenciário (o que justificou sua reforma)... Acho que a imprensa em geral esqueceu ou desistiu de ir na raiz da corrupção...
MARIO
2020-10-03 17:42:46País de merda!! E um pinóquio frouxo na presidência!
KEDMA
2020-10-03 17:42:42A Constituição de 1988 precisa ser urgentemente revista e remodelada. Chega de emendas à Constituição!!
Alberto
2020-10-03 17:17:49Há muita sujeira debaixo dos tapetes do funcionalismo público. Quem subscreveu a Constituição, de 1988 ? os políticos de antão. O que se poderia esperar? Achar que haverá reformas que contraem os interesses deles é fantasia. A esperança está na pressão popular. A corrupção está nas veias dos políticos herdada de um sistema de governo viciado, sem tratamento de recuperação. Somente uma transfusão de sangue no Congresso. Reformas!!
Roy
2020-10-03 17:05:57Eu conheço uma professora, hoje já aposentada, que toda eleição ela se candidatava só para usufruir da licença remunerada. Não estava nem um pouco a fim de ser eleita, não se empenhava nisso, esperteza pura. Um país desse só pode tá no buraco mesmo.
José
2020-10-03 16:34:11Depois dizem que são poucos os privilégios
Roberto
2020-10-03 16:10:03O discurso democrático é bonito, mas custa dinheiro que não nos importa porque sai dos cofres públicos sem maiores alardes, em silêncio. Licença remunerada p/ atividades políticas, fundo eleitoral, gastos junto a Justiça Eleitoral, tanto TRE's quanto TSE, propaganda eleitoral gratuita nas redes de comunicação, a custa da União etc., etc.,... Em contrapartida nos são ofertados candidatos sem a menor qualificação, em indicações fechadas partidárias que produzirão péssimas gestões adm/financeira...