Adriano Machado/Crusoé

Com a ‘Lava Jato do PCC’, PF mira fornecedores da facção e busca protagonismo internacional

03.10.20 12:04

Em junho de 2019, em entrevista a Crusoé, o delegado Elvis Secco (foto), coordenador-geral de Repressão a Drogas da Polícia Federal, afirmou que as investigações de facções criminosas passariam a utilizar o modelo da Lava Jato. O objetivo era tirar o foco da apreensão de drogas e direcioná-lo à lavagem de dinheiro para sufocar financeiramente os traficantes.

Pouco mais de um ano depois, na quarta-feira, 30, a Operação Rei do Crime desarticulou uma rede de mais de 70 empresas, em sua maioria postos de gasolina, utilizada por operadores de líderes do Primeiro Comando da Capital, o PCC, para lavar os bilhões amealhados com o tráfico internacional de drogas e com outros crimes, como roubos a bancos. O Conselho de Controle da Atividade Financeira, o Coaf, encontrou uma movimentação de 32 bilhões de reais nas contas das firmas suspeitas.

Pela primeira vez, a PF chegou ao círculo pessoal de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, seus operadores e o contador que cuida das empresas por onde o dinheiro do tráfico seria lavado. Nos próximos meses, Marcola deve ser indiciado pelos crimes, mas, diz Secco, a investigação não terminou.

Agora, depois de os policiais alcançarem as finanças da cúpula da facção, o delegado diz que a investigação, chamada de “Lava Jato do PCC”, continuará a mapear os bens de outras lideranças e procurará entender melhor como o grupo atua na prática de outros crimes.

Além de Marcola, quem também se valia da rede de empresas para lavar dinheiro era Jean Ricardo Galian. Ele é integrante da facção, embora seja mais conhecido pela participação no assalto ao Banco Central em Fortaleza, em 2005.

O delegado explica que a PF também mira um maior protagonismo na discussão sobre o combate ao narcotráfico na América Latina para atuar de forma conjunta com países vizinhos que são produtores de cocaína. O objetivo é evitar a entrada da droga no país a partir do Peru e da Bolívia. Nesse caminho, diz o delegado, uma das metas é tentar identificar os fornecedores das facções brasileiras.

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  1. Tudo bem, mas a PF não deve descuidar da bandidagem política; tem que caçar ( é caçar mesmo) os que estão alojados nos 3 Poderes, como pegar o pessoal do judiciário a coisa melhora.

    1. A quadrilha tá nos três poderes. O resto éfichinha.

  2. Algo que eá funcionando neste pais, a PF, felizmente. Duas motivações: 1 - A quebradeira das facções criminosas; 2 - O retorno dos valores ao poder público. Méritos da PF. Parabéns aos policiais.

  3. Ótimo obter notícias sobre investigações da nova "Lavajato do narcotráfico". Contudo, também gostaria de continuar obtendo notícias sequenciais sobre a boa e velha "Lavajato do colarinho branco", ao "modo Dellagnou e Moro"...bons tempos aqueles...

  4. 🏆🏆🏆🏆🏆🌟🌟🌟🌟🌟🥇🥇🥇🥇🥇 A NOSSA ESPETACULARMENTE COMPETENTE ***** PF ***** passando o rodo!!!! 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏 Aplausos e agradecimentos!!!! 🤩🤩🤩🤩🤩

  5. Polícia Federal, uma das poucas instituições confiáveis do País. Uma pena que temos um judiciário que destrói todo o trabalho da PF.

  6. Deixem a Polícia Federal trabalhar... Vamos prestigiá-la dando-lhe autonomia administrativa e financeira... Digam SIM a PEC 412...

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