Por que falta gasolina na Argentina e o que pode acontecer quarta
O que parecia casos isolados de postos de gasolina sem combustíveis em municípios pequenos do interior se espalhou pela cidade de Buenos Aires a partir de ontem, domingo, 29 de outubro. É possível ver postos de gasolina em diversos bairros da capital federal com filas para abastecer. O posto que aparece na imagem de capa...
O que parecia casos isolados de postos de gasolina sem combustíveis em municípios pequenos do interior se espalhou pela cidade de Buenos Aires a partir de ontem, domingo, 29 de outubro.
É possível ver postos de gasolina em diversos bairros da capital federal com filas para abastecer.
O posto que aparece na imagem de capa está em Palermo, em uma zona de classe média e média-alta.
Havia pouco menos de uma dezena de veículos na fila. A foto foi tirada às cerca das 13h10 desta segunda, 30 de outubro. Antes das 13h30, o posto já estava sem combustível.
"Não consigo abastecer desde domingo. Já passei por três postos desde então", diz Félix Capelleti, de 55 anos, no posto de Palermo já esgotado.
O motivo para a falta de combustíveis é o controle de preços imposto pelo governo nacional como tentativa de conter a inflação em meio às eleições presidenciais. O candidato governista e ministro da Economia, Sergio Massa, disputa o segundo turno contra o libertário Javier Milei no dia 19 de novembro.
No início deste mês, o preço do barril de petróleo Brent estava a 97 dólares, mas era vendido na Argentina por 56 dólares.
O controle de preço eleva a demanda acima da capacidade de abastecimento e, assim, levou à falta de combustíveis.
Massa até então tem eficientemente vendido a imagem de não ser responsável pela crise econômica, embora o seja.
Ele declarou ontem que, caso as petrolíferas não abasteçam o mercado interno, o governo irá restringir as exportações a partir do dia depois de amanhã, quarta-feira, 1º de novembro.
Ou seja, a Argentina poderá perder mais um meio de adquirir os tão necessários dólares para conter a inflação.
A expectativa é que o mercado seja abastecido pelas importações, mas as petrolíferas privadas pedem uma correção do preço em 20%.
Em outras palavras, o país pode não só perder um meio de adquirir dólares, com a eventual restrição a importações, como também vai perder reservas com o aumento da dívida dos importadores.
Dívida dos importadores
A dívida total dos importadores argentinos de todos os setores está na casa dos 40 bilhões de dólares, quase equivalente à dívida do governo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os importadores não conseguem pagar seus fornecedores, porque o Banco Central não tem dólares para efetuar as operações de importação.
Do montante que devem os importadores, uns 20 bilhões de dólares são considerados rotativos, ou seja, uma dívida constante e normal.
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Comentários (1)
LUIS FERNANDO
2023-10-30 15:13:30"Os importadores não conseguem pagar seus fornecedores, porque o Banco Central não tem dólares para vendê-los àqueles". É de arrepiar os cabelos. Não bastava ter dito "Os importadores não conseguem pagar seus fornecedores, porque o BC não tem dólares para vender"? Debaixo dos caracóis dos seus cabelos, a língua portuguesa morria à míngua.