Agência Brasil

Delator diz que perito alvo da Lava Jato no Rio vendia ‘influência no Judiciário’

05.12.19 08:01

Alvo da nova fase da Lava Jato no Rio de Janeiro na manhã desta quinta-feira, o perito Charles Fonseca William seria amigo do empresário de ônibus José Carlos Lavouras e dizia ter influência no Judiciário do Rio de Janeiro, segundo a colaboração premiada de Lélis Teixeira (foto), ex-presidente da Fetranspor. A delação foi um dos elementos em que se baseou a ordem de prisão de William.

Segundo Lélis, Lavouras comentou ter um amigo perito que poderia ajudar as empresas “seja por meio da elaboração de perícias por indicação de juízos, seja por meio da elaboração de perícias privadas, na qualidade de assistente técnico indicado pelas empresas do setor, seja por meio de influência junto ao Poder Judiciário”. O perito, contou o ex-presidente da Fetranspor, seria casado com uma juíza.

Lélis detalhou, no seu anexo sobre o perito, que havia 103 ações judiciais de empresas contra o estado, no período em que Charles William teria recebido mais de 3,5 milhões de reais da Fetranspor, entre 2012 a 2015. “Para o bom andamento dessas ações, a Fetranspor requereu a colaboração do Charles, que tinha boas relações com alguns dos juízes que julgavam as ações”, explicou.

Os pagamentos foram feitos pelo doleiro Álvaro Novis, cujas planilhas estão em poder dos procuradores do Rio de Janeiro. Segundo o ex-presidente da Fetranspor, seriam cerca de 1,7 milhão de reais em 2012, 520 mil reais no ano seguinte e 1,3 milhão de reais em 2015. Mas o valores encontrados na contabilidade de Novis superam os 4 milhões de reais.

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