Polícia Federal

Delator revela extorsão de R$ 205 mil para ser poupado

17.01.20 17:37

O empresário Daniel Gomes afirmou em um dos anexos de sua colaboração premiada que foi extorquido pelo ex-subsecretário de Saúde do Rio de Janeiro César Romero para não ser incluído na delação que ele celebraria com a força-tarefa da Lava Jato fluminense, em março de 2017.

Representante da Cruz Vermelha Brasileira, Gomes contou aos promotores da Operação Calvário, deflagrada na Paraíba, que pagou 205 mil reais a Romero em cinco ocasiões, entre fevereiro e julho de 2017. “A maior parte desses pagamentos era feita em dinheiro, pessoalmente para Cesar Romero, através da utilização dos recursos do meu caixa pessoal”, disse Gomes.

Os pedidos de dinheiro, segundo Gomes, foram feitos enquanto o ex-subsecretário negociava um acordo de colaboração com a força-tarefa do Rio, e teria envolvido outros suspeitos. “Tempos depois, confirmei que César Romero realmente nos deixou de fora da sua delação premiada, tanto que o MPF denunciou Sérgio Côrtes (ex-secretário de Saúde), Miguel Skin e Sérgio Vianna (empresários) por obstrução de justiça com base na colaboração do César Romero e não me denunciou por qualquer crime”, completou.

Gomes apresentou aos procuradores gravações das conversas com o ex-subsecretário do Rio, assim como ele fez com o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho, que chegou a ser preso e foi denunciado pelo Ministério Público como chefe de um esquema que desviou 134 milhões de reais em contratos da saúde e educação do seu estado. Coutinho nega.

A delação de Daniel Gomes fez com que a Lava Jato do Rio solicitasse a rescisão do acordo de colaboração com César Romero e pedisse a prisão do ex-subsecretário de Saúde do Rio, que foi detido nesta quinta-feira, 16, por ordem do juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal do Rio.

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