Crusoé nº 398: Problema supremo
Caronas em jatinhos, blindagem de ministros e sigilo de investigações enterram a ética no STF. E mais: O plano Jair Livre e Balão de ensaio
Está lá, na resolução nº 60, de 19 de setembro de 2008, que institui o Código de Ética da Magistratura Nacional, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mais precisamente em seu artigo 17: “É dever do magistrado recusar benefícios ou vantagens de ente público, de empresa privada ou de pessoa física que possam comprometer sua independência funcional”.
Mas, o que acontece quando esse dispositivo vira letra morta quando se fala de integrantes da Suprema Corte?
Qual é a mensagem que os principais juízes do país passam quando, do nada, são flagrados tomando carona em jatinhos, ao lado de advogados que militam na Corte onde eles atuam?
E quando um deles resolve, de uma hora para outra, blindar os colegas na maior cara de pau e sem o menor pudor, antecipando um cenário eleitoral que, nem se sabe se acontecerá de fato?
São questionamentos válidos, ainda mais quando o próprio presidente do STF, ministro Edson Fachin, resolve, do nada, tentar colocar um freio de arrumação na libertinagem de seus colegas ao vislumbrar um código de conduta dos tribunais superiores.
Pelo jeito, nem o próprio Fachin sabe que existe o tal Código de Ética da Magistratura, instituído pelo órgão que ele preside atualmente, diz Wilson Lima em "Problema supremo", a reportagem de capa da edição desta semana de Crusoé.
Outros destaques de Crusoé
Na matéria "O plano Jair livre", Wilson Lima conta que expectativa da bancada bolsonarista é tomar controle do Congresso para que a anistia "ampla e irrestrita" vire realidade.
Em "Balão de ensaio", Guilherme Resck diz que o senador Flávio Bolsonaro é presidenciável, mas Planalto, Centrão e mercado duvidam com razão da sua força para superar Lula.
Na reportagem "Crime e corporativismo", João Pedro Farah mostra como a votação na Alerj que blindou Rodrigo Bacellar reforça autoproteção do Legislativo fluminense e mina combate ao crime organizado.
Colunistas
Privilegiando o assinante de O Antagonista+Crusoé, que apoia o jornalismo independente, também reunimos nosso timaço de colunistas.
Nesta edição, escrevem Dennys Xavier (Os pósteros terão pena de nós), Anne Dias (Erika Hilton: a mulher do ano?), Clarita Maia (O Estado não pode normalizar o terrorismo), Bruno Soller (Agenda social derrota republicanos em Miami), Luiz Gaziri (As pessoas se tornam radicais sem perceber?), Roberto Reis (Vamos abrir o corpo eleitoral de 2026 numa mesa fria), Magno Karl (A semântica da segurança pública), Márcio Coimbra (Os muros invisíveis do protecionismo europeu), Gustavo Nogy (Mainardi não vai para o céu), Josias Teófilo (Música humana e música inumana) e Rodolfo Borges (E o pacto de Abel?).
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