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Coutinho é denunciado por lavagem de dinheiro nas obras do ‘QG da Organização Criminosa’

13.07.20 18:57

O Ministério Público Estadual da Paraíba denunciou, mais uma vez, o ex-governador Ricardo Coutinho, do PSB, pela participação no esquema de desvios de recursos da saúde e educação descobertos pela Operação Calvário. Nesta ação, ele é acusado de ordenar reformas, à base de pagamento de propina, no Canal 40, famoso QG para reuniões de seus correligionários e aliados na Paraíba. A Promotoria cobra 1,6 milhão de reais do ex-governador e outros seis denunciados pelo crime de lavagem de dinheiro.

O imóvel pertenceria à Companhia de Desenvolvimento da Paraíba, que o cedeu para uma empresa de persianas. Depois, o prédio teria sido vendido de maneira irregular para o cunhado do ex-governador. De acordo com as investigações, o local foi recorrentemente utilizado para “fins espúrios da organização criminosa”.

O ex-governador que, segundo os investigadores, é suspeito de ser o proprietário oculto do imóvel, teria ordenado a seus ex-secretários, também denunciados, que fizessem as reformas no local. O imóvel passou a contar com estúdios climatizados e isolados acusticamente, e até uma suíte para Ricardo Coutinho.

De acordo com o Ministério Público, o “local onde foram incubadas todas as campanhas políticas da empresa criminosa de 2012 a 2018, bem assim serviu como ponto de apoio para diversas tratativas ilícitas”. O dinheiro da propina, segundo a Promotoria, pagava despesas ordinárias do imóvel, como suas contas de água e energia elétrica.

A Promotoria diz que 100 mil reais foram destinados à aquisição do QG. Outros 500 mil reais foram empregados em despesas ordinárias do prédio. E 1 milhão de reais foi a cifra referente às reformas.

Esta é a sexta denúncia apresentada contra o ex-governador, que é apontado como suposto líder de uma organização criminosa na Paraíba que teria desviado até 134,2 milhões de reais em contratos da saúde e da educação. Ele chegou a ser preso, por um dia, em dezembro de 2019. O ex-governador foi liberado por decisão do ministro Napoleão Nunes Maia, do Superior Tribunal de Justiça.

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