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Como será a diplomacia britânica pós-Brexit

14.01.20 16:46

O Reino Unido deixará a União Europeia em 31 de janeiro. A partir daí, o país será soberano para determinar como se dará sua relação com as demais nações.

Declarações e atitudes recentes do governo britânico indicam que a diplomacia britânica depois do Brexit deve se distanciar dos europeus e se aproximar dos Estados Unidos.

Após a morte do general iraniano Qassem Soleimani por um drone americano na quinta, 2, o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, disse que seu país estava “na mesma página” dos Estados Unidos. Outros governos europeus foram mais cautelosos.

Nesta terça, 14, o Reino Unido, a França e a Alemanha acionaram um mecanismo de solução de controvérsias para pressionar o Irã a respeitar o acordo nuclear assinado em 2015. Sanções que foram suspensas com o pacto poderão ser impostas novamente. Apesar de a iniciativa ser dos três países, o chamado E3, a medida só saiu por pressão britânica.

Além disso, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson (foto), deu uma entrevista para a BBC dizendo que o acordo nuclear com o Irã deveria ser substituído por um “acordo do Trump”.

“Enquanto o Reino Unido se prepara para deixar a União Europeia em 31 de janeiro, Johnson demonstra uma disposição de romper com o resto da União Europeia nas questões relacionadas ao Irã. Esta é uma demonstração clara de que o Reino Unido na era Brexit será uma força importante no cenário mundial ao lado dos Estados Unidos, e também será uma influência ainda mais poderosa na Europa”, disse Nile Gardiner, analista de política externa da Heritage Foundation, em Washington, em entrevista para a Fox.

“Até os próprios iranianos estão se afastando do acordo nuclear do Irã, mas os europeus ainda o reverenciam como se fosse um texto sagrado. É muito decepcionante ver essa mentalidade de apaziguamento contínuo muito implementada na maioria das capitais europeias. Acho que grande parte disso se deve ao interesse econômico de Alemanha, França, Itália e outros países no Irã”, disse Gardiner.

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  1. Com a aproximação com os EUA, o Reino Unido está tomando a melhor atitude possível depois do Brexit, uma vez que a UE, sob a influência de Merkel e Macron estão insistindo na politica suicida de favorecimento das migrações, e de capitulação comercial e política diante da China e Rússia. O grande problema para o UK é se os republicanos perderem as eleições presidenciais para os democratas nos EUA. Aí eles ficam num mato sem cachorro.

  2. A política externa europeia foi uma causa determinante para o Reino Unido deixar o bloco. Não estão tão contaminados pelo politicamente correto.

  3. Como sempre tem alguém que não está totalmente contente com a situação, é sempre bom ter partes que "representem" os interesses de cada lado envolvido, dando assim uma sensação maior de que as opções disponíveis foram esgotadas e cada lado saiu com o que podia arrancar (vai e vem do cabo de guerra, para cada proposta há uma contraproposta até que as demandas e reticências de cada lado sejam exauridas).

  4. O melhor acordo é aquele onde todo mundo acredita que saiu ganhando, mas no mundo real a coisa é mais complexa, então se a grande maioria acreditar que ficou no zero a zero, já é lucro. Mesmo que um adversário esteja vencido e de joelhos, se não houver ganho algum e o objetivo não for destruir o espírito dele, não faz sentido impor-lhe uma humilhação desnessariamente. Inclusive, se ele estiver disposto a colaborar, isto só tende a simplificar a conclusão de uma saída minimamente satisfatória.

  5. Vão fazer a tática do tira mau e do tira bom? Se o acordo tem que ter o aval de Trump e dos EUA, parece ser bom que ele tivesse mais "flexibilidade" para morder e assoprar, enquanto o Reino Unido, de um lado, ficaria no cabo de guerra com França e Alemanha do outro, em posições mais fixas e estáticas. Com isto seria possível "puxar" de um lado ao outro até que se chegasse a um denominador comum. Só um tolo tenta agradar a todos, mas não faz mal aliviar ao máximo o desconforto dos PERDEDORES.

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