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Como fica a vacinação no Brasil após a decisão da Anvisa

17.01.21 18:19

A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, que aprovou o uso emergencial e temporário da Coronavac e da vacina de Oxford permite a aplicação de 8 milhões de doses dos imunizantes no país. As substâncias foram importadas da China e da Índia, respectivamente. As da Índia ainda não chegaram.

Em coletiva de imprensa, o governador João Doria informou que o Instituto Butantan já iniciou o envio de 4.636.936 doses da Coronavac ao Ministério da Saúde, para a distribuição aos 26 estados e ao Distrito Federal. São Paulo, segundo complementou, ficou com 1.357.940 doses da vacina.

De acordo com Eduardo Pazuello, às 7 horas desta segunda-feira, 18, o governo federal vai dividir o estoque e remeter as doses a todas as unidades federativas, de forma proporcional à população, em aviões da Força Aérea Brasileira. Os governadores receberam um convite para a cerimônia, que será realizada em Guarulhos.

O plano nacional de imunização, segundo confirmou o general, terá início na quarta-feira, 20, à 10 horas. Serão inoculados primeiro, com base no planejamento do governo federal, profissionais da saúde, pessoas com mais de 75 anos ou com mais de 60 anos em instituições de longa permanência, indígenas e ribeirinhos.

“Fracionado o estoque, amanhã, às 7 horas, farei a entrega simbólica aos estados, com uma bandeirinha para cada um. A partir dali, a FAB inicia a distribuição a pontos focados nos estados — alguns são capitais e outros não. Feita a distribuição a estados amanhã, eles começam a repassar o estoque para municípios, o que nós avaliamos que deve ocorrer até terça. Então, planejamos para quarta-feira, às 10 horas da manhã, o início do Plano Nacional de Imunização”, detalhou Pazuello.

Em São Paulo, o esquema de vacinação com a Coronavac começou antes. Doria iniciou a inoculação de forma simbólica hoje mesmo, poucos minutos após a decisão da Diretoria Colegiada da Anvisa.

Nesta segunda, entra em operação o plano logístico de distribuição de doses, seringas e agulhas, com envio dos estoques para imunização de trabalhadores de saúde de seis hospitais de referência do estado: HCs da Capital e de Ribeirão Preto (USP), HC da Campinas (Unicamp), HC de Botucatu (Unesp), HC de Marília (Famema) e Hospital de Base de São José do Rio Preto (Funfarme).

De acordo com a gestão Doria, as unidades foram selecionadas para a primeira fase porque são hospitais-escola regionais, com maior fluxo de pacientes em suas áreas de atuação. Todos devem começar imediatamente a vacinação de suas equipes, que totalizam 60 mil trabalhadores.

Depois, as grades de vacinas e insumos serão encaminhadas a polos regionais para redistribuição às prefeituras, com recomendação de prioridade a profissionais de saúde que atuam no combate à pandemia. Os municípios também deverão imunizar a população indígena com apoio de equipes da atenção primária do SUS.

A grande incógnita, hoje, é a vacina de Oxford. As 2 milhões de doses do imunizante, cujas aplicações foram avalizadas pela Anvisa, ainda estão na Índia, onde fica o Instituto Serum, responsável pela fabricação. O governo federal pretendia buscá-las na semana passada, mas a coleta acabou adiada em razão de “problemas de diplomacia“.

Pazuello, agora, projeta a entrega para esta semana, sem, contudo, cravar uma data. “Em uma conversa a nível diplomático, ficou claro que a Índia iria começar a sua vacinação no dia 16 e que seria interessante que a saída das doses de lá ocorresse um dia ou dois após este início. Hoje é um dia após o início. É muito provável que a gente consiga coordenar essa entrega para o início desta semana“, alegou.

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou que deve entrar na Anvisa com o pedido para uso emergencial de mais 4 milhões de doses da Coronavac, frutos de produção nacional pela entidade, nesta segunda-feira. A decisão sobre a utilização experimental deste lote ocorrerá em uma nova reunião da Anvisa.

A despeito do início do Plano Nacional de Imunização na quarta- feira, nem todos os grupos serão vacinados. Para a produção e distribuição em larga escala, a agência reguladora ainda precisa avaliar os pedidos de registro definitivo das vacinas. Não há data para que isso ocorra, porque a equipe técnica nem sequer recebeu a documentação completa necessária, mas se estima que o aval ocorra em fevereiro.

Eduardo Pazuello tem projeções positivas. Na última semana, o ministro da Saúde apostou que, no mês que vem, o Brasil vai “ultrapassar todo mundo” em número de vacinados.

Um dos problemas, entretanto, pode ser o atraso na entrega do chamado Ingrediente Farmacêutico Ativo da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, cuja fabricação no Brasil está a cargo da Fiocruz. O produto deveria ter pousado em solo brasileiro no último dia 12, mas atrasou e não há data para que chegue ao país.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem asseguradas, para este ano, 354 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. Do total, 254 milhões serão produzidas pela Fiocruz e 100 milhões pelo Butantan.

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  1. Não vai dar nem pro 2o grupo! Se não chegar o insumo não tem vacina! O Butantã e a Fiocruz são meros fabricantes, mas quem fabrica sem a matéria prima, que vem da China ou da India? Estamos nas mãos da boa-vontade alheia, que nos forneçam o que necessitamos para produzir a vacina! Lamentável mais uma vez!

  2. Apesar das rusgas pessoais, das briguinhas políticas e da politicagem explícida, penso que a situação toda foi bem conduzida. A escolha das vacinas foi boa, tanto da Sinovac (criticada por sua baixa eficácia e pos ser chinesa) quanto à da Oxford (que ainda não chegou). A da Pfiser seria mais problemática, não apenas em razão das dificuldades de armazenamento a baixas temperaturas, mas também por que iria demorar muito (os países ricos compraram todos os estoques). Fizemos o que podia ser feito.

  3. adorei ver o Dória dando uma rasteira no Bolso e no sargento Garcia. perfeita a escolha da enfermeira do HC representa a população Brasileira

  4. É preciso reconhecer, na dúvida, a ANVISA optou pela ciência e responsabilidade social. Ponto para a saúde da população. A explicação técnica detalhada demonstrou respeito republicano. Se posicionou contra o negacionismo e fez o dever de casa. É claro, a imprensa tem seus méritos por, digamos, incentivar essa opção da ANVISA. É isso que a população precisa: respeito, conhecimento técnico e humanidade das instituições públicas. Exemplo de autonomia para STF, OAB, PF, AGU, PGR, Senado, Câmara...

  5. É, gadaida bozopetista, parece que falta pouco para o Rei do Gado ser destronado. Quem mandou ele escolher a morte de seu próprio povo ao invés de lutar pela vida do mesmo. Plantou tanta maldade em 2020 e agora terá de colher seus frutos amargos.

    1. com certeza existe a lei do retorno, traiu todos que votaram nele, Bebiano, Santa Cruz, Joice ,Moro, Mandetta etc

  6. Graças ao governo de SP e apesar de todos os esforços contrários por parte do governo federal, iniciou-se a vacinação contra a covid no Brasil. Dória deu uma caneta no Pazuello e um lençol no Bolsonaro.

  7. Como lhe é peculiar, o general especialista em logística dia H horaD, da agenda Amanhã, irá manter os compromissos assumidos na distribuição das vacinas para todos os estados e ainda tem agulhas, pois as vacinas não são via oral.

  8. Bem, se não fosse por São Paulo nem nossos profissionais de saúde seriam vacinados. De qualquer forma, a espera será longa, muito longa. Entretanto, não se desesperem. Pelo menos há alguma luz no final do túnel a despeito de todos os esforços nocivos do governo do genocida.

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