Antonio Augusto/Agência Câmara

Bretas condena Cavendish por fraude em obra comandada por Paulo Preto em SP

20.07.20 20:45

O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, condenou o empresário Fernando Cavendish (foto), dono da Delta Engenharia, a 11 anos e oito meses de prisão por lavagem de dinheiro e fraude à licitação na obra de ampliação da Marginal do Tietê, em São Paulo.

O empreendimento contratado no governo José Serra, do PSDB, em 2009, foi comandado pelo engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. O ex-diretor da Dersa, estatal responsável pela obra, recebeu 8 milhões de reais de propina da Delta para direcionar a licitação, segundo Cavendish.

Em acordo de delação premiada, o empresário afirmou ter pago mais 20 milhões de reais ao ex-diretor da Dersa após a assinatura do contrato. A obra, que foi uma das vitrines eleitorais de José Serra na campanha presidencial de 2010, teve um superfaturamento de 71,6 milhões de reais, segundo o Ministério Público Federal.

A denúncia foi apresentada inicialmente pelo Ministério Público de São Paulo, mas acabou sendo enviada para a 7ª Vara Federal do Rio, de Marcelo Bretas, porque os réus e os crimes eram semelhantes aos da Operação Saqueador, um desdobramento da Lava Jato fluminense. Bretas também condenou Cavendish ao pagamento de uma multa de 10,7 milhões de reais.

O magistrado ainda sentenciou Sônia Mariza Branco, que era secretária do doleiro Adir Assad, a quatro anos de prisão por lavagem de dinheiro. Assad foi o primeiro a delatar Paulo Preto, acusado de manter mais de 100 milhões de reais no exterior e de ser operador financeiro do PSDB, a partir de dinheiro desviado de obras do governo paulista, administrado há 25 anos pelo partido.

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