Adriano Machado/Crusoé

Bolsonaro: ‘Não ofendi pessoalmente ninguém, nem as instituições’

30.04.20 19:44

O presidente Jair Bolsonaro (foto) disse ter “convicção” de que, na manhã desta quinta-feira, 30, “não ofendeu pessoalmente ninguém, nem as instituições” ao criticar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, pela suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal. 

Mais cedo, o presidente havia afirmado que a decisão foi “política”. “Essa não é a forma de tratar um chefe de Executivo que faz tudo por seu país. Essa decisão não repercutiu bem, por informações que eu tive, junto a policiais federais”, disparou em frente ao Palácio da Alvorada. “Como é que o senhor Alexandre de Moraes foi para o Supremo? Amizade com o senhor Michel Temer. Ou não foi?”, emendou.

Em transmissão ao vivo no Facebook nesta noiteBolsonaro falou sobre o currículo do delegado e pediu que a Suprema Corte reveja “o mais breve possível” a decisão. “Não é por mim. É pela vida pregressa deste homem. É pelo seu passado. Por tudo aquilo que ele já fez pela pátria no combate à corrupção e à criminalidade”, disse. “Tenho certeza que os agentes e delegados se colocam no lugar do Ramagem, que teve ali, no último momento, por uma liminar monocrática, negada a sua posse.”

O delegado federal, que fez a segurança do presidente no período de transição do governo, é próximo do clã Bolsonaro. Na live, o chefe do Planalto chegou a dizer que Ramagem costumava “tomar café da manhã e comer pão com leite condensado em sua casa”.

“O crime dele no momento, o que seria ‘errado’ no momento é ter participado da minha segurança. É a proximidade comigo. E tenho certeza que, com esse currículo e esse passado, ele vai fazer com que a frente da PF tenha mais liberdade ainda — se bem que sempre teve —  para que possa exercer melhor o seu trabalho.”

Ramagem assumiu a PF na terça-feira, 28, no lugar de Maurício Valeixo. O PDT, no entanto, acionou o Supremo contra a nomeação e teve o pedido acolhido por Moraes no dia seguinte. A investida ocorreu após o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmar que Bolsonaro decidiu trocar o comando da instituição para colocar uma pessoa de confiança, a quem “pudesse ligar para obter informações e relatórios de inteligência”.

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