Bolsonaro ecoa Janja
Ex-presidente apelou para raciocínio da primeira-dama para rebater provocação de Haddad a Trump sobre a taxação de produtos importados

Jair Bolsonaro (foto) resolveu sair em defesa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua guerra tarifária, que levou à imposição de taxas a determinados países.
"Alguém avisa ao Haddad que o Donald Trump está taxando os outros, não o próprio povo", disse o ex-presidente em postagem em seu perfil no X, que compartilha título de notícia com a provocação de Haddad.
"Sugiro ao Lula marcar audiência com Trump e Elon Musk para discutir tarifas, bem como, para falar-lhes sobre o Hamas e os 37 acordos assinados com a China", seguiu Bolsonaro na mensagem, que termina assim:
"No mais, com a volta da exigência de visto para americanos (que eu havia isentado em 2019), fará com que o Brasil deixe de receber milhares de turistas e milhões de dólares."
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Janja
Os usuários do X lembraram logo da primeira-dama Rosângela da Silva, que tentou justificar a derrubada da isenção para compras do exterior abaixo de 50 dólares dizendo que o tributo recairia sobre as empresas, e não sobre o consumidor.
"A taxação é para as empresas e não para o consumidor", escreveu Janja na postagem que virou um clássico.
Na ocasião, empresas como Shein e Shopee chegaram a publicar um posionamento para esclarecer que as taxas acabam recaindo sobre o consumidor.
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Taxas
O mesmo se aplica às tarifas usadas por Trump para pressionar outros países: em última instância, a elevação do custo para as transações recairá sobre o consumidor final.
No caso, os consumidores americanos que comprarem os bens importados taxados acabarão pagando mais, nem que seja ao evitar os importados em troca de produtos nacionais, presumivelmente mais caros.
As medidas anunciadas por Trump não têm caráter arrecadatório, mas servem a uma estratégia geopolítica de negociação do presidente. De qualquer forma, o efeito inevitável de qualquer aumento de imposto é a consequente elevação do preço do produto final.
Os consumidores americanos arcarão com uma parte, portanto, da estratégia do presidente republicano para pressionar países como Canadá, México e China, ainda que o objetivo primordial de Trump não seja aumentar a arrecadação pública.
Até Gleisi
Até a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), que não é conhecida por seu conhecimento econômico e vira ministra da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula nesta segunda-feira, 10, publicou um post para corrigir Bolsonaro.
"Vamos desenhar pra ver se Bolsonaro entende: quem paga a conta do aumento de taxas dos produtos importados que Trump está anunciando é o consumidor dos Estados Unidos, porque tudo fica mais caro lá", disse Gleisi.
Quando Janja defendeu a taxação das blusinhas da Shein, contudo, Gleisi não disse nada.
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Comentários (1)
Clayton De Souza pontes
2025-03-09 16:20:46Bom paralelo do Bolsonaro com a Janja. Parece que nenhum dos dois entende de resultados pela intervenção governamental e taxações