Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Bolsonaristas tentam colocar Doria na mira do MPF

08.05.21 18:34

Desde o momento em que São Paulo passou a adotar medidas de distanciamento social para tentar frear a disseminação do coronavírus, ainda em 2020, o governador João Doria (foto) começou a ser alvo de uma série de investidas judiciais feitas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Uma parte das ações visava derrubar as medidas restritivas anunciadas durante a pandemia. Outras tinham como objetivo colocar o tucano na mira do Ministério Público Federal, a pretexto de investigar supostas irregularidades do governo paulista no enfrentamento da Covid-19.

A última investida contra Doria no MPF foi feita por um bolsonarista e ex-filiado ao PSL. Por meio do canal de atendimento ao público do Ministério Público, ele acusou o governador de ter feito um “acordo ilegal da vacina da China já em 2019”, ou seja, antes do início da pandemia.

Essa tese havia circulado no ano passado em razão da viagem de Doria à China em 2019, na qual autoridades do Instituto Butantan visitaram a sede da Sinovac, a farmacêutica chinesa que viria a desenvolver a vacina Coronavac em 2020, em parceria com o Butantan.

Embora o denunciante não tenha apresentado nenhum indício de prova, o MPF de São Paulo abriu um procedimento investigatório criminal e comunicou a Justiça Federal que a competência para investigar o governador é do Superior Tribunal de Justiça.

Na última terça-feira, 4, o juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal, acolheu o pedido do MPF e remeteu o processo para o STJ, onde a investigação é conduzida por uma equipe chefiada pela subprocuradora Lindôra Araújo, braço-direito do procurador-geral da República, Augusto Aras, e próxima do filho 01 do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro.

Foi Lindôra quem comandou a investigação que resultou no impeachment do ex-governador do Rio Wilson Witzel, por supostos desvios de dinheiro destinados ao combate à pandemia. No caso de Doria, outros pedidos de investigação já foram feitos por bolsonaristas no ano passado e também desaguaram na PGR. Como os processos tramitam em sigilo, ainda não é possível saber qual encaminhamento foi dado a todos eles.

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