Adam Schultz / White House via Flickr

Biden está em armadilha eleitoral quase insolúvel sobre Israel

19.12.23 13:11

O presidente americano Joe Biden (foto) tem uma ampla desaprovação, entre os eleitores americanos, sobre o papel da Casa Branca no conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Uma pesquisa publicada nesta terça-feira pelo jornal americano The New York Times mostra que, para cada um que aprova a ação do democrata no conflito (33% dos entrevistados), quase dois (ou 57%) desaprovam sua atuação.

A pesquisa mostra um cenário desfavorável do presidente americano frente à opinião pública, mas prenuncia um quebra-cabeça ainda mais complexo para as eleições presidenciais, que ocorrem em novembro do ano de que vem.

Isso porque mais americanos acreditam que o republicano Donald Trump, seu virtual concorrente, lidaria melhor com o conflito no Oriente Médio (46%) que ele (38%).

Outro mau sinal vem do eleitorado de 18 a 29 anos, um dos bastiões mais consistentes de apoio aos democratas: a pesquisa do Times aponta que 73% deles desaprovam a postura do democrata sobre o conflito. Para o grupo mais jovem, 47% acha que Biden é apoiador demais à causa israelense, número que destoa das outras faixas etárias (entre os com mais de 65, apenas 7% acham que Biden favorece Tel Aviv).

Aparentemente foi o conflito de Israel que destroçou o apoio dos jovens ao partido democrata. Se em julho a vantagem de Biden contra Trump, nesse eleitorado, era de 10 pontos, agora é uma desvantagem de seis. O republicano aparece com 49% das intenções de voto, contra 43% do candidato à reeleição.

Os resultados da pesquisa do Times, em parceria com o instituto Siena Poll, mostram uma deterioração do apoio a Biden, às vésperas das primárias do início do processo de primárias. O levantamento anterior, no mês passado, já vinha mostrando que Trump vem com vantagem na preferência do eleitorado em estados-chave na eleição.

Ao mesmo tempo em que o eleitorado mais jovem e a base mais à esquerda do partido Democrata pede ações mais concretas em favor do lado palestino no conflito, Biden precisa manter o apoio ao seu parceiro mais estratégico no Oriente Médio. O atual equilíbrio de forças proposto pelo democrata, aos 81 anos, parece não agradar completamente a eleitores de nenhum dos dois partidos. E o tempo, rumo às eleições de 5 de novembro de 2024, não para de correr.

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