Autoridades bolivianas recorrem à CIDH após ameaças de aliados de Morales
Apoiadores tentam intimidar membros do TSE boliviano por candidatura do cocalero

Integrantes do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia solicitaram medidas cautelares à Comissão de Direitos Humanos (CIDH) após receberem ameaças de aliados do ex-presidente Evo Morales.
Embora inelegível, o cocalero insiste em sair candidato à presidência do país em 17 de agosto.
Segundo Tahuichi Tahuichi, membro do TSE, as críticas feitas por apoiadores de Morales "beiram a criminalidade" e colocam em risco a sua própria segurança e de seus familiares.
O líder social Enrique Mamani fez ameaças a Tahuichi e ao vice-presidente do TSE, Óscar Hassenteufel, como forma de pressionar pelo registro do ex-presidente como candidato.
"Vocês são são os únicos responsáveis pela mobilização de organizações sociais nas ruas hoje. Se não defenderem a democracia, amanhã revelaremos quem são seus parentes. Porque, se não for por meios jutos, será por meios ilícitos", ameaçou.
De forma intimidatória, o deputado Santos Mamani afirmou que processará as autoridades locais caso não registrem a candidatura de Morales:
"Sem Evo, não há eleições", disse.
Em 30 de maio, um grupo de pessoas não identificadas detonou fogos de artifícios na casa de Humberto Valenzuela, integrante do TSE.
Depois do episódio, as autoridades eleitorais receberam proteção da polícia boliviana.
Além disso, fizeram um pedido coletivo à CIDH por medidas cautelares.
Este mecanismo de proteção é solicitado quando um indivíduo enfrenta um risco grave de segurança.
Insistência
Em maio, o TSE rejeitou a tentativa do cocalero de sair candidato.
Ele tentou registrar sua candidatura através do Partido de Ação Nacional Boliviano (Pan-Bol), sigla sem status legal desde o início do mês, após não alcançar 3% dos votos na eleição de 2020.
Apesar da negativa, o ex-presidente fez uma convocação para uma "Grande Reunião Nacional" contra a alegada judicialização da política e a "criminalização do protesto social".
"Faço um chamado a todos aqueles que acreditam numa Bolívia com justiça social, com participação ampla e sincera, para que retornem ao caminho do diálogo democrático e defendam, juntos, o processo de mudança que nasceu do povo e para o povo”.
E continuou:
"Faço um chamado a todos aqueles que acreditam numa Bolívia com justiça social, com participação ampla e sincera, para que retornem ao caminho do diálogo democrático e defendam, juntos, o Processo de Mudança que nasceu do povo e para o povo", concluiu no X.
No ano passado, o Tribunal Constitucional impediu Morales de concorrer à presidência.
O órgão decidiu que nenhum candidato poderia disputar um possível terceiro mandato.
Mandado de prisão
Com medo de ser preso, o ex-presidente não sai da região do Trópico de Cochabamba desde outubro do ano passado.
Ele conta com a proteção de plantadores de coca, base de sua influência política e sindical.
No ano passado, o Ministério Público boliviano emitiu uma ordem de captura por abuso de uma menor durante seu mandato.
Morales foi acusado de ter tido um filho com uma adolescente em 2017. Ela tinha entre 14 e 16 anos na ocasião.
Leia mais: Morales não larga o osso na Bolívia
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Comentários (2)
Joaquim Arino Durán
2025-06-03 16:55:01Que cara repetitivo
MARCOS
2025-06-03 16:39:35TEM QUE TIRAR O COCALEIRO DA DISPUTA, MESMO POR MEIOS ILÍCITOS.