Após atropelo de Trump, Brasil apoia candidato dos EUA à presidência do BID
O Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Economia divulgaram nota conjunta na tarde desta quarta-feira (17) em apoio ao anúncio dos Estados Unidos, que decidiram apresentar uma candidatura própria para presidir o Banco Interamericano de Desenolvimento, BID, em 60 anos de existência da instituição. O indicado, Mauricio Clever-Carone, é um dos principais auxiliares...
O Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Economia divulgaram nota conjunta na tarde desta quarta-feira (17) em apoio ao anúncio dos Estados Unidos, que decidiram apresentar uma candidatura própria para presidir o Banco Interamericano de Desenolvimento, BID, em 60 anos de existência da instituição. O indicado, Mauricio Clever-Carone, é um dos principais auxiliares de Donald Trump para temas ligados à América Latina e ditaduras como Cuba e Venezuela.
O anúncio americano frustrou os planos de Paulo Guedes, que tinha a intenção de indicar o banqueiro Roberto Xavier para a presidência do organismo. Nos últimos meses, o Itamaraty vinha articulando uma coalizão com os Estados Unidos e com a Colômbia para apoio à candidatura brasileira, com o objetivo de derrotar o argentino Gustavo Béliz, braço-direito do presidente Alberto Fernández.
Reservadamente, uma fonte diplomática avaliou que o Brasil não tinha um candidato com renome internacional e experiência para indicar. Nos bastidores, o nome de Paulo Guedes era considerado fraco, o que poderia levar à derrota da candidatura nacional.
“O Governo brasileiro recebeu positivamente o anúncio do firme comprometimento do governo dos Estados Unidos com o futuro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) por meio da candidatura norte-americana à presidência da instituição”, diz a nota. “O Brasil e os Estados Unidos compartilham valores fundamentais, como a defesa da democracia, a liberdade econômica e o Estado de Direito”, acrescenta.
Com o apoio brasileiro, a candidatura dos Estados Unidos já une 41,3% dos votos do banco. A eleição do novo presidente ocorrerá em setembro, para substituição do colombiano Luis Alberto Moreno.
Diplomatas brasileiros ouvidos por Crusoé consideram que a candidatura própria dos EUA indica uma preocupação geoestratégica da Casa Branca com relação ao avanço das obras de infraestrutura e concessões a empresas chinesas na América Latina. O BID é um dos principais órgãos de financiamento de obras no continente e conta com generosos aportes de Washington. Em 2019, o banco concedeu US$ 12,9 bilhões em empréstimos.
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