STJ

‘Amor à primeira vista’ de Bolsonaro, presidente do STJ pode tirar Queiroz da cadeia

07.07.20 19:30

Estão no gabinete do presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha (foto), dois habeas corpus apresentados pela defesa de Fabrício Queiroz e da mulher dele, Márcia Oliveira de Aguiar, que podem tirar da prisão o amigo do presidente Jair Bolsonaro e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro.

Os recursos foram enviados ao STJ no início da noite de segunda-feira, 6, pela desembargadora Suimei Cavalieri, do Tribunal de Justiça do Rio, no processo relacionado ao suposto esquema de desvio e lavagem de dinheiro operado por Queiroz sob o comando do filho 01 do presidente no antigo gabinete dele na Assembleia Legislativa do Rio.

Queiroz está preso em Bangu, no Rio, desde o 18 de junho, quando foi encontrado na casa do advogado Frederick Wassef, então defensor de Flávio e do presidente Bolsonaro, na cidade de Atibaia, no interior paulista. A mulher dele continua foragida. Um dos recursos apresentados pela defesa de Queiroz pede o direito à prisão domiciliar ao ex-assessor, que faz tratamento contra um câncer na região do intestino, segundo seus advogados.

Os recursos foram distribuídos a Noronha porque é o presidente do STJ quem decide sobre todos os habeas corpus apresentados na corte durante o recesso do Judiciário, que vai até o dia 31 de julho. Noronha deixará o comando da corte no fim de agosto e é um dos nomes cotados para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal, que será aberta em novembro com a aposentadoria do ministro Celso de Mello.

Além de ter dado algumas decisões monocráticas favoráveis a Bolsonaro, como derrubar a decisão que o obrigava a tornar público os exames de Covid-19 em maio, o ministro do STJ foi publicamente elogiado pelo chefe do Planalto, que revelou ter conversado algumas vezes com ele.

“Prezado Noronha, permita-me fazer assim, presidente do STJ. Eu confesso que a primeira vez que o vi foi um amor à primeira vista. Me simpatizei com Vossa Excelência. Temos conversado com não muita persistência, mas as poucas conversas que temos o senhor ajuda a me moldar um pouco mais para as questões do Judiciário”, disse Bolsonaro no dia 29 de abril, durante a cerimônia de posse do ministro da Justiça, André Mendonça, outro cotado para a próxima vaga no STF.

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