Ameaça de guerra e inflação de 500% marcam a Venezuela hoje
Venezuela encara inflação galopante e pressões dos EUA que bloqueiam navios e complicam ainda mais a situação econômica
A economia da Venezuela voltou a viver um momento de crise profunda com a inflação disparando para níveis que impressionam analistas, mas sobretudo moradores.
Dados recentes apontam que o país enfrenta uma taxa inflacionária anual acima de 500 por cento, um salto que amplia a deterioração do poder de compra e pressiona ainda mais uma população já castigada pela escassez de bens e serviços. Na verdade, mais de 550%, segundo o índice compilado pela Bloomberg News.
Essa escalada inflacionária acontece em um cenário de pressão externa sem precedentes, especialmente após medidas tomadas pelos Estados Unidos para isolar financeiramente o governo do ditador Nicolás Maduro.
A administração do presidente Donald Trump vem intensificando sanções, como ao ordenar o bloqueio de navios petroleiros que entram e saem da Venezuela, numa tentativa clara de minar a principal fonte de receita do país.
A Venezuela depende quase totalmente das exportações de petróleo e qualquer corte nesse fluxo reflete de imediato na economia interna e nos bolsos dos cidadãos, que já fazem a maior parte de suas operações em dólar, tamanha a descrença na moeda local e a necessidade de usar grossos maços de dinheiro para operações simples, como compras de supermercado, lembrando os tempos de hiperinflação vividos entre 2018 e 2021.
A resposta venezuelana foi dura, mas só no discurso, como sempre. Maduro classificou as ações como “pirataria” e uma violação do direito internacional, prometendo denunciar Washington na Organização das Nações Unidas.
Já a escalada americana não se limita às palavras. A presença de uma grande esquadra naval ao redor da Venezuela e a apreensão de um petroleiro sancionado mostram que a tensão saiu do plano diplomático para uma confrontação mais direta, com a possibilidade de uma operação em solo venezuelano seguindo forte no mapa.
Países como Brasil e Alemanha expressaram preocupação com a possibilidade de instabilidade regional, alertando que tais medidas podem agravar ainda mais um conflito que já fragiliza a economia do país.
Internamente, a inflação acelerada, fruto de anos de sansões, corrupção, incompetência governamental e sucateamento da infraestrutura local após 25 anos sob o jugo dos ditadores Hugo Chaves e Nicolás Maduro, corrói salários e poupanças, empurrando famílias para um cotidiano de sobrevivência e troca informal de bens.
Se não houver sinais de alívio, com flexibilização das pressões externas ou ajustes econômicos e político internos (mudança de regime?), a Venezuela pode voltar a enfrentar um ciclo ainda mais duro de hiperinflação e retração econômica.
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