Alvo de embates entre Moro e filhos de Bolsonaro, visita virtual em presídios é regulamentada

14.08.20 13:24

O Departamento Penitenciário Nacional autorizou a realização de “vistas virtuais” nos presídios federais. As conversas por videoconferência entre presos e seus familiares serão organizadas por intermédio da Defensoria Pública da União. O aval do Depen consta de uma portaria publicada nesta sexta-feira, 14, no Diário Oficial da União.

A possibilidade de presos conversarem virtualmente com familiares foi o centro de uma polêmica em abril, entre o então ministro da Justiça, Sergio Moro, e filhos do presidente Jair Bolsonaro. Pouco antes de Moro deixar o governo, em meio à escalada de atritos entre o ex-juiz e o chefe do Planalto, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro criticaram uma ação do Ministério da Justiça para combater o coronavírus.

À época, Eduardo compartilhou um tuíte que questionava a compra de tablets para que presidiários conversassem virtualmente com seus familiares. Carlos Bolsonaro também divulgou mensagem que chamava a medida de “destruição da moralidade” e “vergonhoso”.

A suspensão de visitas em penitenciárias, tanto as federais, quanto as estaduais, sempre foi vista com preocupação, porque a insatisfação dos presos com o isolamento poderia gerar rebeliões. As tratativas para viabilizar as visitas virtuais são uma saída para amenizar o clima nos presídios, sem ampliar os riscos de contaminação pela Covid-19.

A regulamentação do Depen publicada nesta sexta-feira traz ainda normas para os atendimentos presenciais de advogados, que serão limitados a quatro agendamentos por dia, com duração de 30 minutos. Seguem proibidas as atividades presenciais de educação, trabalho, de assistência religiosa e as escoltas.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. As medidas de Moro, como boa árvore que é, rende bons frutos. Não vi jornais comentando a prisão de um grande traficante de drogas por causa da ampliação do banco de dados de DNA que Moro sempre insistiu ser uma arma fundamental no combate ao crime.

Mais notícias
Assine agora
TOPO