Luis Fortes/MEC via Flickr

A crítica do ministro da Educação com o relator do Novo Ensino Médio

21.01.24 16:59

O ministro da Educação, Camilo Santana (foto), demonstrou desconforto com a escolha do relator, na Câmara dos Deputados, do projeto que analisa mudanças no “Novo Ensino Médio”.  Trata-se de Mendonça Filho (União-PE), justamente o ministro da Educação de Michel Temer durante a implantação das mudanças que, agora, o governo Lula quer rever.

Por isso, em entrevista a um programa do canal cearense TV Diário, ele chamou a escolha de “incoerente”.

“É claro que o Congresso tem toda autonomia, mas eu acho que foi incoerente colocar como relator o ex-ministro que foi o responsável pela implementação do Novo Ensino Médio”, disse Santana. “Apesar de eu ter uma boa relação com o deputado Mendonça, eu acho que foi incoerência”

Ele disse que as mudanças, feitas por Temer via Medida Provisória (MP), ocorreram sem diálogo com os sistemas de educação brasileiros. Ele, que era governador do Ceará à época, ainda sustenta que a proposta de revisão do Ensino Médio deve contemplar a comunicação com os estudantes.

“Se eu não escuto os estudantes para saber o que estão achando da implantação do novo ensino médio, se eu não escuto os professores que estão em sala de aula, se eu não escuto os secretários estaduais de educação, que executam a política, então não há sentido”, continuou, de acordo com o jornal Diário do Nordeste.

O ministro ainda disse que trabalha no convencimento para que deputados e senadores se convençam a aprovar a proposta o mais rápido possível, para que sua implementação possa começar também o mais breve possível.

Desde a transição de Jair Bolsonaro para Lula, a revogação do “Novo Ensino Médio” é pauta entre uma ala mais próxima do governo e da esquerda, que consideram que o desenho proposto pelo governo federal tira conteúdos considerados estruturais. Em março do ano passado, o Ministério da Educação começou a rever a questão.

Em abril do ano passado, Lula indicou como ele espera que seja o processo. “Não vamos revogar. Suspendemos e vamos discutir com todas as entidades interessadas em discutir como aperfeiçoar o ensino médio nesse país”, disse a jornalistas.

Alexandre Soares Silva, na Crusoé: Por um plano nacional antialfafa

 

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