Ricardo Stuckert / PR

Lula avaliza ditadura e genocídio na África

A pretexto de combater a fome, “democrata do amor” ignora tirania militar no Egito, vizinho à Palestina, e massacre da etnia Tigré na Etiópia
16.02.24

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como de hábito, dá toda a fé e bilhões que deveriam combater a miséria e a violência em nossos tristes trópicos para integrar dois novos amigões africanos no Brics, que não se resume mais a Brasil, Rússia, Índia, China, e África do Sul: Egito e Etiópia. A primeira parada dessa generosidade descabida foi um privilegiadíssimo passeio turístico de matar de inveja a alta burguesia, que despreza e desconhece as necessidades vitais dos patrícios miseráveis, em teoria seu alvo preferencial. Nem é desejada pelos pobres de Cristo. E o faz uma semana após rasurar a primeira mulher morta, Marisa, da história do Partido dos Trabalhadores, num esquecimento que só pode receber a definição de infame. Ele até poderia ter encontrado algum meio de substituir a mãe de sua prole pela atual ocupante de seu tálamo, mas,  se não lhe falta despudor, não parece lhe sobrar coragem. Tanto falta que, após a primeira bronca levada do filho Luís Cláudio Lula da Silva e de alguns militantes, que nunca se esqueceram da bandeira vermelha bordada com uma estrela costurada pela genitora, fez de conta que nada tinha a ver com o oblívio e que tudo não passou de uma falha de memória. Sigmund Freud caracterizaria o fato mais apropriadamente como lapsus linguae (engano de linguagem) no livro Psicopatologia da Vida Cotidiana. Se bem que esse hábito de deixar mortos diletos em cova rasa parece mais um costume do que propriamente um deslize mental. A enquanto viva inesquecível Rosângela liderou a frota de automóveis de luxo que conduziu a privilegiatura da casta própria aos despojos de faraós e outros antigos. O torneiro mecânico de Caetés, perto de Garanhuns, preza privilégios de estadista em turismo de deslumbrados. O passeio da nomenklatura, palavra russa que define o passadio dos dirigentes petistas e o novo reinado do invasor de vizinhos Putin, contou com a benevolência do anfitrião, ditador militar que herda o cetro faraônico ao estilo dos tiranetes latino-americanos da estirpe de Fidel Castro e Hugo Chávez, guias e exemplos do titular da esquerda da trágica polarização que sufoca, empobrece e deprecia o Brasil.  

O ocupante do trono de Ramsés e Cleópatra, Abdel Fattah Saeed Hussein Khalil as-Sisi, ou simplesmente general Sisi, cujo sobrenome lembra o apelido da bela e caprichosa rainha do império austro-húngaro, Sissi, detém o poder de quem abre e tranca o acesso ao ensanguentado território palestino. Hoje sob controle dos abomináveis monstros terroristas do Hamas, atual pretexto para manifestações antijudaico-cristãs encobertas pelo genérico e impreciso antissemitismo, que reúne árabes, palestinos, persas, turcos e judeus. O casal Lula-Janja desembarcou em Cairo, perto de Alexandria, com a glória de ter ajudado a financiar inimigos de Israel. 

O segundo destino do périplo ainda é mais cabuloso. A Etiópia, que Mussolini colonizou enquanto se aliava ao Führer austríaco e ao imperador japonês no Eixo tirânico com a pretensão de dominar o planeta, acaba de cair num conto de vigário similar a outro também recente sofrido pelos adoradores de Xi Jinping, Putin et caterva. Estes prometeram a democracia do amor antes de entregar os cargos e benefícios da elite dominante aos súditos do coronel Arthur Lira. Que acaba de autorizar a transferência de R$ 8 milhões dos contribuintes de Maceió, Alagoas, cujas casas afundam na lama da Braskem, propriedade da Petrobrás sob égide do PT, e do “filho do amigo do meu pai” da ex-Odebrecht. Em troca da “honra” de desfilar na Marquês do Sapucaí defendendo as cores do bicheiro Anísio Abraão Davi, de Nilópolis, RJ. A Etiópia, que já foi serva do Leão de Judá, Hailé Selassié, agora tem uma mulher presidenta (ao estilo petista de usar o gênero do substantivo), Sahle-Work Zewde. Sob seu manto diáfano, ela abrigou o prêmio Nobel da Paz de 2019, Abiy Ahmed, premiê, que desde 2020 se diverte caçando até a morte os inimigos sob seu jugo da condenada tribo da etnia Tigré. Este, sim, comete o tal genocídio que sabichões de esquerda atribuem a vítimas como Israel e os judeus do mundo em geral. Como o sempre policial Putin, Ahmed prometeu um massacre rápido, mas não conseguiu até agora cumprir a promessa. 

Ahmed, o rato de Judá, elegeu-se com a fama dada pelos desavisados da Academia de Estocolmo, que devem ter-se inspirado nas decisões da Organização das Nações Unidas. Em nome delas, seu conviva tropical no Brics até hoje se recusa a admitir como terroristas os vis assassinos de inocentes, incluindo crianças de colo, para evitar que no futuro cumpram as maléficas ameaças do falsíssimo Protocolo de Sábios do Sião. 

O supertirano que lidera o Brics, Xi, controla suas marionetes, Putin, Modi, Ramaphosa, Lula e agora Sisi e Ahmed, com rédea curta e vontade de ferro. Poderá, se Deus quiser, ter destino similar ao de Hitler, cuja hecatombe prenunciou o fim de Mussolini e de Hirohito. Mas o mais provável é que desta vez a tragédia não se repita como comédia, como a História funciona, de acordo com Marx, citando Engels em O Dezoito Brumário de Luís Bonaparte. Assim, tudo piorará ainda mais do que se poderia prever. Quem sobreviver é que poderá ver. Ou simplesmente se iludir e ignorar. 

José Nêumanne Pinto é jornalista, poeta e escritor

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    1. Confusa, pedante. uso abusivo de vocabulário supostamente muito culto.

  1. Quem viveu a redemocratizacao e teve uma utopia hoje está totalmente desesperancado. Riubaram os sonhos dos brasileiros. No curto e medio prazos não há como melhorar.

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