Exclusivo: Pedro Parente é sócio de presidente de banco que recebeu R$ 2 bi da Petrobras
Enquanto o aumento da gasolina engordava seu caixa, a Petrobras antecipou pagamentos de cerca de 2 bilhões de reais ao banco JP Morgan, em empréstimos que venceriam apenas em 2022. Um cruzamento de pessoas jurídicas mostra que, na prática, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, é sócio do presidente da JP Morgan no Brasil, José...
Enquanto o aumento da gasolina engordava seu caixa, a Petrobras antecipou pagamentos de cerca de 2 bilhões de reais ao banco JP Morgan, em empréstimos que venceriam apenas em 2022. Um cruzamento de pessoas jurídicas mostra que, na prática, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, é sócio do presidente da JP Morgan no Brasil, José Berenguer. A proximidade entre Parente e o banqueiro é tão grande que a empresa em que são sócios funciona num apartamento do presidente da Petrobras, em São Paulo.
Tudo começou em agosto do ano passado, quando foi criada a Kenaz Participações, uma firma destinada a investir em outras empresas. José Berenguer entrou na sociedade como pessoa física, com 210 mil reais.
A sócia é a desconhecida Viedma Participações, mais uma empresa também criada para investir em outros negócios, gerando, assim, camadas sobre camadas de pessoas jurídicas até enfim se chegar nos reais donos.
Acontece que os donos da Viedma são Pedro Parente e sua ex-mulher e braço direito nos negócios, Lúcia Hauptmann.
Dessa forma, na prática, Pedro Parente e José Berenguer são sócios. O presidente da estatal, usando a pessoa jurídica da Viedma, e Berenguer, em nome próprio. A sede da empresa é um imóvel residencial de Pedro Parente, em São Paulo, no bairro da Bela Vista.
A proximidade entre os sócios não para aí. José Berenguer assinou uma procuração para que Lúcia Hauptmann tivesse a liberdade de representá-lo na criação de novas empresas, como foi o caso da Kenaz.
Já na Petrobras, o JP Morgan fez um bom dinheiro durante a gestão de Pedro Parente. Neste mês, a estatal anunciou que anteciparia pagamentos a dois bancos. Era mais um reflexo do caixa gordo em razão da nova política de preços da gasolina.
O JP Morgan tinha dinheiro a receber apenas em 2022 e levou a maior parte do montante antecipado. Foram transferidos no dia 10 de maio para o banco 600 milhões de dólares, algo como 2 bilhões de reais.
Este foi o curto comunicado divulgado pela Petrobras, sem dar detalhes de quais motivos levaram a a estatal a escolher os credores que receberiam a antecipação de pagamentos:
“A Petrobras informa que realizou os seguintes pré-pagamentos de financiamentos: i) US$ 300 milhões, em 26/04/2018, com o Banco Safra, cujo vencimento seria em janeiro de 2023; e ii) US$ 600 milhões, em 10/05/2018, com o Banco JP Morgan, vencendo em setembro de 2022. A Petrobras continuará avaliando novas oportunidades de pré-pagamento, de acordo com a sua estratégia de gerenciamento de passivos, levando em consideração a meta de desalavancagem prevista em seu Plano de Negócios e Gestão 2018-2022.”
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Comentários (10)
Renan
2019-06-11 12:25:20Muito estranho
Carlos
2019-01-28 20:45:03Muito boa a reportagem
Dirce
2018-06-03 02:37:50Parabéns FILIPE COUTINHO. Como sempre, vc continua na frente , em suas reportagens, por serem inéditas e de fácil entendimento. Adorei ! Que DEUS continue abençoando-o , para que vc cada vez mais, continue crescendo em seu trabalho, digno e maravilhoso, como só vc. sabe fazer. Sucesso ! Sempre.
The Car
2018-05-29 23:44:14Parenti Serpenti
Edson
2018-05-29 16:51:49Até tu Antagonista? Virou Sensacionalista? Geraldo Samor em seu artigo de hoje desmonta em detalhes essa matéria sensacionalista e mentirosa. Parente só tem feito bem seu trabalho na Petrobrás e contrariado muitos interesses políticos e corporativos, motivo pelo qual vem sendo bombardeado para provocar sua queda, agora até com a ajuda luxuosa da Crusoé/Antagonista. Assim fica difícil ajudar consertar o país sem ser levado à fogueira. Perdeu pontos o autor do texto. Muitos ponto!
FRANCISCO
2018-05-28 12:22:57Não basta parecer desonesto...
Almir
2018-05-28 08:34:02Essa acusação não tem o menor sentido. Primeiro, pagar dívida antecipadamente é muito comum e recomendável em casos como o da Petrobras. A empresa estava atolada em dívidas. O objetivo dessa gestão, desde o início, é justamente esse, pagar antecipadamente a montanha de dívida que sufoca a empresa. A operação em si não é vantajosa para o JP Morgan. Normalmente, nenhum banco gosta de receber adiantado de empresa que não apresenta risco de default. A resvista deve se retratar.
Alexandre
2018-05-28 08:05:08Mais um "furo" .... Onde estava a imprensa grande e isenta ???
Maria
2018-05-28 00:41:35Pedro Parente vem fazendo um trabalho relevante na empresa. Não bateu de frente com a corrupção dentro da empresa, não explicou como está sendo feito o saneamento da sujeira nas estruturas da empresa. Mas esta tirando a empresa do buraco, não? Só faltava essa...
Jose
2018-05-27 14:18:17Safado esse parente do temer o futuro. Ao invés de antecipar pgtos. a bancos amigos, beneficie o consumidor com parte do ecxesso de lucro obtido com aumentos desvairados,,, A extraçao tem custo em dolar?