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    "Como o Irã perdeu"

    O historiador militar americano Afshon Ostovar mostra como o Irã arruinou sua estratégia regional e perdeu a guerra contra Israel em poucos meses

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    Alexandre Borges
    4 minutos de leitura 20.06.2025 13:08 comentários 0
    Foto: FarsNews
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    O historiador americano Afshon Ostovar publicou nesta quarta-feira, 18, na revista Foreign Affairs, o artigo intitulado “Como o Irã perdeu”, no qual analisa o colapso da estratégia de dissuasão construída desde a Revolução Islâmica de 1979.

    Segundo ele, o regime iraniano cometeu erros fatais ao apostar em uma escalada regional após os ataques do Hamas a Israel em outubro de 2023.

    Israel aproveitou essa escalada para enfraquecer a influência militar iraniana em Gaza, no Líbano e na Síria.

    O autor escreve que os ataques israelenses de 12 de junho “destruíram instalações nucleares e depósitos de mísseis, mataram dezenas de autoridades do regime e acabaram com boa parte da cúpula militar”.

    Impacto simbólico

    Para Ostovar, o impacto mais simbólico foi a morte dos generais Mohammad Bagheri e Hossein Salami, principais nomes das Forças Armadas e da Guarda Revolucionária.

    “Há poucos anos, seria impensável eliminar simultaneamente Bagheri, Salami e outros líderes importantes”, afirma o historiador.

    Ao longo de décadas, o regime construiu sua força com base em três pilares: mísseis balísticos, avanço nuclear e milícias aliadas.

    “Em outubro de 2023, a República Islâmica estava em seu auge”, escreve. O Irã dominava rotas estratégicas, intimidava os rivais do Golfo e mantinha pressão militar constante sobre Israel.

    Reversão de expectativa

    A guerra em Gaza parecia favorecer Teerã. “O principal inimigo regional do Irã estava mergulhado em um conflito prolongado”, diz o autor. Isso deu sinal verde para que o regime iraniano incentivasse Hezbollah, Houthis e grupos iraquianos a entrarem na guerra.

    Mas essa coordenação regional se desfez rapidamente. “As ofensivas militares de Israel e a queda de Assad em dezembro desmontaram a arquitetura de dissuasão do Irã”, afirma.

    A Síria, principal eixo logístico do regime, foi decisiva para armar o Hezbollah. Sem esse corredor, a capacidade de projeção iraniana entrou em colapso.

    Mesmo com essas perdas, o regime decidiu lançar ataques diretos a Israel em abril e outubro de 2024. “Foram os maiores ataques com mísseis balísticos da história do Irã”, explica Ostovar. No entanto, as defesas aéreas de Israel e dos Estados Unidos interceptaram quase todos os projéteis. “Os poucos que passaram causaram danos mínimos”, diz o autor.

    Resposta devastadora

    A resposta foi devastadora. Israel bombardeou diretamente o território iraniano, destruindo bases militares e sistemas antiaéreos. “O Irã perdeu quase toda a capacidade de defender seus céus dos inimigos”, afirma Ostovar.

    O último limite tácito da guerra havia sido cruzado.

    O regime seguiu negando a gravidade da situação. “É milagroso que nossa nação tenha resistido aos poderes arrogantes”, disse Salami em março.

    Em maio, ele declarou que “uma nação que levanta a bandeira da resistência nunca será derrotada”. Ambos os discursos foram proferidos antes de sua morte.

    Agora, a realidade se impôs.

    “Os estoques de mísseis foram esgotados, as defesas aéreas inutilizadas e boa parte do programa nuclear está em ruínas”, escreve Ostovar.

    Perda irreparável

    Para ele, a perda mais irreparável foi a morte de comandantes experientes, como Amir Ali Hajizadeh, arquiteto da estratégia de mísseis.

    O regime pode optar por uma saída diplomática, mas isso exigiria concessões drásticas. “Aceitar um acordo exigiria abandonar o enriquecimento, renunciar ao programa de mísseis e cortar o apoio aos grupos aliados”, afirma.

    Para o círculo do aiatolá Khamenei, isso equivaleria a rendição.

    Outra possibilidade seria tentar um “salto nuclear”. O Irã ainda teria urânio enriquecido e conhecimento técnico para montar uma bomba.

    “O regime pode calcular que um teste nuclear restauraria sua dissuasão”, escreve o autor. Mas o risco seria transformar o país em uma nova Coreia do Norte.

    Ostovar diz que o regime pode ainda tentar prolongar a guerra. “Se mais civis iranianos morrerem, o governo espera que a sociedade se una em torno do regime.” Esse seria o último recurso para manter apoio popular.

    Mas se esse efeito não acontecer, a crise pode se voltar contra os próprios líderes iranianos. “Se o povo não reagir como o regime espera, a sobrevivência da República Islâmica ficará em risco”, conclui.

    Quem é Afshon Ostovar

    Afshon Ostovar é historiador militar americano, professor na Escola de Estudos de Pós-Graduação Naval dos Estados Unidos e um dos maiores especialistas em Irã e Oriente Médio.

    É autor do livro Vanguard of the Imam, referência sobre a Guarda Revolucionária Iraniana. Já escreveu para Foreign Affairs, The Atlantic e The Washington Post.

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