O Carnaval dos sonhos dos novos tempos
Se eu pulasse, daria o exemplo. Pularia segundo a minha herança cultural verdadeira, que é a de descendente de operários e camponeses italianos
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O amigo não se ofenda se eu acreditar que você pulou Carnaval. Eu pulo também – não como folião, mas como furão, como quem dá o cano e falta ao compromisso. É que não me dou bem com o trugundum, não suporto o calor, não tenho mais vitalidade, ficar bêbado está cada vez mais chato e, cá entre nós, tenho um certo receio de contrair hanseníase do suor e da saliva alheios. Mas isso sou eu; o amigo talvez seja diferente. O amigo talvez tenha sido bravo e corajoso e se esbaldado nos bloquinhos; se comovido e aberto os braços em êxtase na avenida; se desmanchado ante o esplendor que nela fulgiu e, ah, tenha enfim sido um folião à vera, um folião de mãos cheias.
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Comentários (6)
KEDMA
2023-02-26 13:49:56Muito bom Tosetto! 👏
Maria
2023-02-26 10:30:55No ano passado eu já não pulei carnaval, por pura falta de vontade: se não pode ser mais o “momento de loucura do ano”, pra quê, então?
Renato Garcia
2023-02-26 08:22:27Homem que se veste de mulher é suspeito …
Lucia
2023-02-25 17:28:20Esquece a realidade e mergulha na fantasia, pelo menos um dia! Vai te fazer bem! Afinal, você é brasileiro ou não é? Se é, você merece se alienar uma vez ao ano.
Maria
2023-02-25 10:31:09Caro Orlando Júnior, você deve ter desagradado deveras algum colega de trabalho nesta estimada revista. Esse negócio de apropriação cultural, gênero, raça mexe muito com certas almas sensíveis que vêem malícia e maldade em tudo que não é “progressista”. MS
Robson Correa Chaves
2023-02-24 23:40:34Seus textos são inconfundíveis ou nem tanto, pois parecem sempre saídos de um escritor habilidoso. Parabéns!