Os detalhes das 11 propostas da Pfizer ao Brasil, apresentadas desde agosto
O gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, confirmou em depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira, 12, que o laboratório norte-americano apresentou, entre agosto de 2020 e este ano, mais de uma dezena de ofertas ao Brasil para a compra de vacinas contra a Covid-19. Quatro contratos sugeridos à gestão Jair Bolsonaro...
O gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, confirmou em depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira, 12, que o laboratório norte-americano apresentou, entre agosto de 2020 e este ano, mais de uma dezena de ofertas ao Brasil para a compra de vacinas contra a Covid-19.
Quatro contratos sugeridos à gestão Jair Bolsonaro previam a entrega de 1,5 milhão de doses da vacina já no final do ano passado. O governo federal, contudo, nem sequer respondeu a farmacêutica.
"Nossa oferta de 26 de agosto tinha [uma cláusula] vinculante e estávamos nesse processo com todos os governos [de outros países]. Então, havia uma validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não rejeitou, mas tampouco aceitou a proposta", narrou.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, concedeu o registro definitivo à vacina contra a covid-19 desenvolvida Pfizer, em parceria com a empresa de biotecnologia alemã BioNtec, em 23 de fevereiro deste ano.
A farmacêutica norte-americana teve nove propostas rejeitadas pelo Brasil até fechar o primeiro contrato. Caso as propostas de agosto de 2020 tivessem sido aceitas, a empresa poderia fornecer 18,5 milhões de doses até o fim do segundo trimestre deste ano ao país.
Confira os detalhes das propostas apresentadas pela Pfizer ao Brasil, segundo o relato de Murillo:
14 de agosto
A Pfizer apresentou duas opções de contrato para o governo brasileiro em 14 de agosto. A primeira previa a entrega de 30 milhões de doses e a segunda, de 70 milhões de doses.
30 milhões de doses
- 500 mil doses até o final de 2020
- 1,5 milhão de doses no primeiro trimestre de 2021
- 5 milhões de doses no segundo trimestre de 2021
- 14 milhões de doses no terceiro trimestre de 2021
- 9 milhões de doses no quarto trimestre de 2021
70 milhões de doses
- 500 mil doses até o final de 2020
- 1,5 milhão de doses no primeiro trimestre de 2021
- 5 milhões de doses no segundo trimestre de 2021
- 33 milhões de doses no terceiro trimestre de 2021
- 30 milhões no quarto trimestre de 2021
18 de agosto
Outras duas propostas foram feitas ao Brasil, com a mesma quantidade de doses ofertadas, mas uma previsão de entrega diferente.
30 milhões de doses
- 1,5 milhão de doses até o final de 2020
- 1,5 milhão de doses no primeiro trimestre de 2021
- 5 milhões de doses no segundo trimestre de 2021
- 14 milhões de doses no terceiro trimestre de 2021
- 8 milhões de doses no quarto trimestre de 2021
70 milhões de doses
- 1,5 milhão de doses até o final de 2020
- 1,5 milhão de doses no primeiro trimestre de 2021
- 5 milhões de doses no segundo trimestre de 2021
- 33 milhões de doses no terceiro trimestre de 2021
- 29 milhões de doses no quarto trimestre de 2021
26 de agosto
Mais duas propostas foram feitas ao Brasil, com a mesma quantidade de doses ofertadas, mas uma previsão de entrega diferente.
30 milhões de doses
- 1,5 milhão de doses até o final de 2020
- 2,5 milhões de doses no primeiro trimestre de 2021
- 8 milhões de doses no segundo trimestre de 2021
- 10 milhões de doses no terceiro trimestre de 2021
- 8 milhões de doses no quarto trimestre de 2021
70 milhões de doses
- 1,5 milhão de doses até o final de 2020
- 3 milhões de doses no primeiro trimestre de 2021
- 14 milhões de doses no segundo trimestre de 2021
- 26,5 milhões de doses no terceiro trimestre de 2021
- 25 milhões de doses no quarto trimestre de 2021
11 de novembro
Houve uma nova oferta. Desta vez, no entanto, a Pfizer fez somente uma proposta: a de compra de 70 milhões de doses. A entrega, neste momento, já não poderia mais começar em 2020.
- 2 milhões de doses no primeiro trimestre de 2021
- 6,5 milhões de doses no segundo trimestre de 2021
- 32 milhões de doses no terceiro trimestre de 2021
- 29,5 milhões de doses no quarto trimestre de 2021
24 de novembro de 2021
Segundo Murillo, as mesmas 70 milhões de doses foram ofertadas, mas "com algumas condições contratuais diferentes".
- 2 milhões de doses no primeiro trimestre de 2021
- 6,5 milhões de doses no segundo trimestre de 2021
- 32 milhões de doses no terceiro trimestre de 2021
- 29,5 milhões de doses no quarto trimestre de 2021
15 de fevereiro de 2021
Em fevereiro, a Pfizer ofereceu ao Brasil 100 milhões de doses, com entregas previstas em três lotes.
- 8,7 milhões de doses no segundo trimestre de 2021
- 32 milhões de doses no terceiro trimestre de 2021
- 59 milhões de doses no quarto trimestre de 2021
8 de março de 2021
A 10º oferta da Pfizer ao Brasil foi aceita pelo governo federal. Este foi o contrato de 100 milhões de doses assinado pelo Ministério da Saúde em março último. O acerto prevê a entrega de 100 milhões de doses.
- 14 milhões de doses no segundo trimestre de 2021
- 86 milhões de doses no terceiro trimestre de 2021
23 de abril de 2021
A 11º oferta da Pfizer, apresentada em abril, também avançou. De acordo com Murillo, os últimos detalhes da proposta, que prevê a entrega de mais 100 milhões de doses da vacina, serão finalizados nesta semana.
- 100 milhões de doses no quarto trimestre de 2021
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Comentários (5)
Fernando
2021-05-13 23:52:46O mais importante não está sendo focado : Quem deveria procurar a pfizer e todas as outras vacinas deveria ser o governo e não ao contrário !!! Negaram a pandemia e não fizeram nada até o fim de 2020 !! Milhares de mortes por conta disto !!!
Antonio
2021-05-13 15:06:11Importante verificar nas cartas da Pfiser as condições técnicas de aplicação dessas vacinas , bem como todas as especificações que devem fazer parte das propostas , com valores das vacinas , prazo de entrega de fornecimento, penalidades , validade da vacina no tempo , problemas e responsabilidades de quem vai comprar e possíveis consequências das aplicações . Vale Ressaltar que a Aprovação da Anvisa é da maior importância, mesmo para essa fase emergêncial.
Lourival
2021-05-13 14:54:00Ana, vc sabe que as vacinas não poderiam ser adquiridas sem a aprovação e que o Presidente sancionasse o a Lei, o que só foi feito em 11/03/21, depois da tramitação no Congressos, matéria de autoria do Presidente do Senado. Não havia regulamento legal, no caso da Pfizer.
ANTÔNIO
2021-05-13 13:54:41A vacinação era pra ter iniciado em dezembro/2020 se houvesse uma iniciativa desde o início da pandemia, porém o que houve foi um negacionismo. Além de não ter iniciado cedo a vacinação e não ter evitado milhares de mortes, é bem provável que os preços tenham subido com o passar do tempo e após várias propostas negadas. Essa conta vai chegar ao presidente!
Luiz
2021-05-13 13:51:34Sim, por favor, quais as condições de cada um destes contratos, no que diz respeito a multas por atraso, responsabilidade em caso de efeitos adversos e outros?