Blindagem na CPI: ex-ministro revela carta a Bolsonaro, mas é impedido de ler documento
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta revelou durante depoimento na CPI da Covid que entregou uma carta a Jair Bolsonaro no dia 28 de março do ano passado, quase três semanas antes de ser demitido. No documento, repassado ao presidente durante uma reunião ministerial na biblioteca do Palácio da Alvorada, o então chefe da...
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta revelou durante depoimento na CPI da Covid que entregou uma carta a Jair Bolsonaro no dia 28 de março do ano passado, quase três semanas antes de ser demitido. No documento, repassado ao presidente durante uma reunião ministerial na biblioteca do Palácio da Alvorada, o então chefe da Saúde listou argumentos técnicos para o isolamento social. Mandetta propôs ler a carta durante a CPI, mas foi impedido pelo relator da comissão, Renan Calheiros, do MDB.
“Todas as minhas recomendações, eu as fiz com base na ciência, na proteção da vida, e as fiz em público, as fiz nos conselhos de ministros, diretamente ao presidente, a todos os secretários estaduais e municipais e a todos aqueles que tinham que se manifestar sobre esse assunto, sempre de acordo com o que é preconizado para uma doença infecciosa pandêmica”, disse Mandetta, a respeito da defesa do isolamento.
O ex-ministro afirmou que nunca teve “discussões ásperas” com o presidente da República e contou que Bolsonaro costumava acatar seus conselhos durante reuniões técnicas, mas, depois, agia e fazia declarações no sentido contrário.
“Imagino que ele construiu esse posicionamento com o aconselhamento de pessoas de fora do Ministério da Saúde”, afirmou. Segundo Mandetta, no dia da entrega da carta ao presidente, havia cerca de 1 mil mortos no país, mas especialistas projetavam 180 mil mortes até o fim de 2020.
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Comentários (2)
Nelson
2021-05-05 06:55:06Esse circo comandado por bandidos da pior estirpe nesse Congresso Cleptocrático, certamente é um palanque nesse picadeiro politiqueiro sem fim, para punição dos responsáveis por essa trágica e crescente conta com mais de 410 mil óbitos, sem aplausos ou condenação para o fim desta encenação vil.
EDISON
2021-05-04 17:32:01Essa carta é muito importante. Os senadores vacilaram...