Me engana, me bate, que eu gosto
Estou nas últimas páginas de um romance intitulado Cadernos de uma Submissa Provinciana, da autora belga Caroline Lamarche. É perturbador porque se trata exatamente disso, dos registros minuciosamente gráficos da relação entre uma masoquista e um sádico. Não há jogo simplesmente erótico, mas sevícias extremas a que a personagem se sujeita e das quais extrai...
Este conteúdo é exclusivo para assinantes
Faça parte de O Antagonista + Crusoé e tenha acesso ilimitado com:
ACESSO ILIMITADO AOS CONTEÚDOS do site O Antagonista e das matérias semanais da Revista Crusoé
Acesso à área de COMENTÁRIOS nos sites
Converse com o nosso time de jornalismo na live HORA EXTRA (exclusiva para assinantes)
Acesso ao acervo de MATÉRIAS ESPECIAIS DE JORNALISMO da Revista Crusoé
Participação no grupo de disparo de notícias de O Antagonista + Crusoé no WhatsApp
Descontos de até 70%
Notícias mais importantes do Brasil e do mundo
Reportagens exclusivas, bastidores do poder e análise crítica de quem fiscaliza o poder
Estou nas últimas páginas de um romance intitulado Cadernos de uma Submissa Provinciana, da autora belga Caroline Lamarche. É perturbador porque se trata exatamente disso, dos registros minuciosamente gráficos da relação entre uma masoquista e um sádico. Não há jogo simplesmente erótico, mas sevícias extremas a que a personagem se sujeita e das quais extrai o prazer de ser anulada como um corpo desprovido de qualquer essência. Ela e o seu seviciador têm um contrato que, de verbal, é transposto para um acordo escrito pelo qual ele pode fazer praticamente tudo com a submissa, como se cumprisse o negativo de uma certidão de casamento. Por meio da dor que lhe é infligida pelo outro, ela busca fugir de si mesma — e o seviciador também procura escapar de si próprio ao aplicar os castigos à sua presa. Ela é a Raposa e ele, o seu Mestre. Perder os nomes próprios faz parte do processo.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
Elias
2021-03-16 15:30:12Simplesmente S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L!
Adriane
2021-03-12 09:08:34Excelente artigo, Mário Sabino! E será que podemos deixar de ser sadomasoquistas? Como e quando?
Wellington
2021-03-11 11:55:39Resumindo: Nóis sofre. Mas... nóis goza.
Roberto
2021-03-11 10:04:01Putz. Perdi o meu comentário. Um toque sem querer e foi-se tudo. Dedo velho. Vou tentar de novo. Era sobre me bate me bate x chegou a minha vez!
Paulo Artur
2021-03-11 01:14:11Os Blogs se posicionaram a favor do Ratto de Curitiba ou Bolso em uma final provável ?
MARCOS
2021-03-10 20:04:10Discordo do colunista. Não somos um povo sadomasoquista. Uma grande parte do povo brasileiro é burra e a outra parte é oportunista, leniente com políticos corruptos e se vende por espelhos e apitos. O Brasil será sempre o país de um futuro (que nunca chegará).
Ricardo
2021-03-08 08:29:16Interpretação criativa e absolutamente real da passividade e inércia do povo brasileiro em relação aos desmandos, agressões e maus-tratos que recebemos das elites que se alternam na governança de nosso País. Chama atenção, a sutileza, do jornalista, quando suscita o prazer incontido de certos membros de nossa Suprema Corte que reforçam, como força motriz, esse abominável comportamento "sadomasoquista" que explica nossa condição de República das Bananas deitada eternamente em Berço Esplêndido
Ana
2021-03-08 07:48:04ANÁLISE PROFUNDA E EMOCIONANTE DO SER BRASILEIRO!!!! ADOREI!!!
MARCOS
2021-03-08 07:46:36Como solucionar esse enigma sem a reforma política? O povo vota em um candidato e acaba elegendo outro. Nas últimas eleições, foram eleitos 513 deputados, dos quais apenas 27 com seus próprios votos. REFORMA POLÍTICA JÁ!
Odete6
2021-03-08 07:23:311) A nossa desejável, e muito bem sucedida, tolerância à multiculturalidade sem a mínima influência ou intervenção do Estado, o que merece de fato verdadeiros e privilegiados encômios, tem um preço: a muitas vezes excessiva tolerância também para com os sérios dissabores e vís prejuízos causados pela subespécie dos perversos, celerados e malévolos que cruelmente nos desgovernam.