Para ajudar reeleição de Trump, Bolsonaro sinaliza nova isenção a etanol
O setor açucareiro foi informado pelo presidente Jair Bolsonaro de que o governo quer instituir uma nova cota de importação de 187,5 milhões de litros de etanol livre de impostos, com duração de 90 dias, atendendo a um pleito dos Estados Unidos. A solução precisa de aprovação da Câmara de Comércio Exterior, o que deve...
O setor açucareiro foi informado pelo presidente Jair Bolsonaro de que o governo quer instituir uma nova cota de importação de 187,5 milhões de litros de etanol livre de impostos, com duração de 90 dias, atendendo a um pleito dos Estados Unidos. A solução precisa de aprovação da Câmara de Comércio Exterior, o que deve acontecer ainda nesta semana.
No último dia 31 de agosto, o governo não renovou a cota anual à qual os produtores americanos tinham direito, intensificando as pressões de Washington por uma solução para atender ao chamado “cinturão do milho”, importante filão eleitoral no meio-oeste americano na corrida presidencial de Donald Trump. A importação de etanol de países de fora do Mercosul tem uma tarifa de 20%, o que provoca protestos entre fazendeiros norte-americanos. Nos bastidores, a queda de braço é considerada um dos principais entraves comerciais entre os dois governos.
Até então, a posição do governo era a de não negociar uma nova benesse aos produtores americanos enquanto não fosse ampliado o mercado para as exportações brasileiras de açúcar para o país. No entanto, com o vencimento da cota anual -- que isentava de tarifas até 750 milhões de litros de álcool importado -- o governo passou a estudar uma extensão provisória do benefício, intensamente debatido nos bastidores dos ministérios da Economia, Relações Exteriores, Minas e Energia e Agricultura ao longo da última semana.
Inicialmente, como noticiou Crusoé, os ministros envolvidos na negociação tinham consenso na defesa dos usineiros brasileiros, incluindo Ernesto Araújo. Com o aumento da pressão americana, o chanceler passou a defender uma cota temporária, de 90 dias. Na avaliação de fontes do setor sucroenergético, os EUA não têm produção atualmente para preencher a cota que será concedida, pois as fazendas de milho estão ocupadas em suprir a demanda interna em meio à pandemia. Como são grandes produtores de proteína animal, os americanos usam o milho para alimentar o gado.
Assim, fontes com conhecimento das negociações calculam que a nova cota terá um efeito muito mais político na relação entre Washington e Brasília do que econômico no agronegócio brasileiro. Nos bastidores, o governo americano chegou a mencionar possíveis retaliações e uma paralisação das negociações comerciais em andamento com o Brasil não foi descartada.
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Comentários (10)
Vera
2020-09-10 07:50:00Melhor e MUITO melhor Trump do que Maduro por exemplo !
Luiz
2020-09-09 22:06:44Vocês acham que seus leitores são otários?
Emílio
2020-09-09 21:58:55Um governo brasileiro com poder p influir em uma eleição presidencial americana?? É piada????
Robinson
2020-09-09 19:07:51Será que com aumento da importação o preço do etanol combustível terá queda? Preço da gasolina terá queda?
Isolina
2020-09-09 19:06:00A recíproca nunca acontece mas... BOÇALNARO gosta de ilustrar o sapato do trump
Isolina
2020-09-09 19:04:02A recíproca nun
José
2020-09-09 18:28:36Jogo político. E U A teriam que aumentar a cota de importação de açúcar do Brasil. Vamos pressionar.
Jose
2020-09-09 17:50:56Kkkkkkkkkkkkkk. De quatro Bozo, de quatro! Vida de Bozista deve ser tão sofrida!
Roberto
2020-09-09 16:57:21O Brasil não aprende a negociar com os EUA, pois desde Getúlio Vargas nós flexibilizamos no aguardo da recíproca que nunca acontece. EUA negocia e nós flexibilizamos... Se eles têm interesse no álcool, nós temos na tarifa do aço, então, que se negocie...
Antônio
2020-09-09 15:56:36Sem o açúcar nosso, nada feito. Amém.