O custo da corrupção
Após seis anos e dezenas de grandes projetos parados em razão de malfeitos, a Lava Jato deixa mais uma lição: governos e empresas não sabem tocar obras sem as “facilidades” dos cartéis
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Em meados de 2016, dois anos antes de ser preso pela primeira vez, o engenheiro Paulo Vieira de Souza confidenciou a um interlocutor, numa cantina italiana em São Paulo, que era impossível tirar qualquer grande obra pública do papel no Brasil sem formar cartel. Os executivos do G5, como ele chamava o "clube" das cinco maiores empreiteiras do país, reuniam-se em áreas privativas de restaurantes sofisticados, com apetite voraz para formatar consórcios, dividir lotes e combinar preços para fraudar licitações bilionárias. O próprio ex-diretor da Dersa, a estatal paulista de projetos viários, sentava-se à mesa com o empresariado para azeitar os acordos e garantir o seu "abadá", eufemismo que ele mesmo criou para propina. Com pequenas variações, a receita foi aplicada país afora durante décadas. Contratos superfaturados encheram os bolsos de agentes públicos corruptos e abasteceram o caixa dois de campanhas políticas. Até que em março de 2014, a Lava Jato escancarou a corrupção sistêmica encravada em praticamente todos os canteiros. Um a um, os pilares do cartel foram ruindo. Seis anos após o início da Lava Jato, o megaesquema que saqueou o erário ainda deixa poeira por onde passou. Obras essenciais estão abandonadas por falta de recursos em vários estados e hoje simbolizam o duplo prejuízo causado à sociedade.
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Comentários (10)
Marcos
2020-03-18 01:36:04Pora assegurar a sua sobrevivência, bem que a Crusoé poderia só fazer reportagens em cima de fatos, como esta do Fábio. E sair da linha do disse me disse, dos rótulos, das ilações, que , para o leitor que não aceita conversa fiada de vendedor, só servem para identificar e ficar enfastiado com a entidade travestida de jornalista, que assina a tal matéria irrelevante e tendenciosa.
Luigi
2020-03-17 23:15:23Trágico mas verdadeiro
Alvany
2020-03-17 15:18:18O PORTIFÓLIO de corruptos monumentais estagnaram o BRASIL! Para sair deste estado de estagnação faz-se URGENTE confiscar todo e quaisquer bens desses corruptos e coloca-los definitivamente atrás da grades, a exemplo de SERGIO CABRAL. Quanto a justiça tresloucada deste Pais, rejeita-la para sempre!
CICERO
2020-03-16 23:18:29PERFORMANCE BOND, Por que este governo e o governos estaduais não adotam este sistema usado nos Estados Unidos há 100 anos?
Adelmo
2020-03-16 07:49:33No Brasil, os servidores públicos concursados vencem por mérito. Já as grandes empresas, só Deus sabe como cresceram. No geral, pagando muita propina.
ARY
2020-03-16 07:46:20e ninguém vai preso!
Adelmo
2020-03-16 07:40:25É impossível não notar a incoerência do mercado e dos liberais na economia. Propagandeiam que o problema do Brasil são os servidores públicos, que mamam nas tetas do Estado, só que nossos capitalistas são piores. Só prosperam suas empresas a base de muita corrupção. Corrupção facilitada pelos servidores que eles tanto criticam. Até a grande mídia só se tornou grande por causa do dinheiro público.
Maria
2020-03-15 15:56:37Precisamos,urgentemente, de duas coisas no nosso triste Brasil: a prisão em segunda instância e parar de votar em ladrão, investigados e outros bichos.
Wilson Romo Trindade
2020-03-15 13:41:59Pelo dito no comentário anterior, fico triste em constatar que na hora de abordar reportagens à respeito das manifestações populares, o Antagonista use os termos "bolsonaristas". Nao se trata de bolsonaristas, grande parte das pessoas, aprovam esta maneira de governar! São brasileiros esperançosos que acreditam neste modelo de governança!
Wilson Romo Trindade
2020-03-15 13:32:30Ao ler matérias como estas, a gente não consegue deixar de pensar sobre as razões do Governo ora no poder, ter optado por uma ruptura no jeito de formar os ministérios! Na maneira de tratar com o Congresso. É facil compreender que um assunto do interesse do país, vá para a discussão no parlamento, e deveria ser avaliado pelo seu potencial de melhoria da vida dos brasileiros e não como forma de vingarem a recusa do Governo em não dividir o poder!