Confiança em Onyx

21.06.19

O extenso arquivo com os grampos feitos pela Polícia Federal no telefone de Ricardo Saud nos tempos em que o lobista da JBS nem sequer pensava em virar delator contém um diálogo revelador sobre a relação do ministro Onyx Lorenzoni com a companhia dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Era dezembro de 2014, e Rodrigo Figueiredo, apontado como um dos operadores de Eduardo Cunha no Ministério da Agricultura, telefonou preocupado para Saud porque o então chefe da pasta, Neri Geller, iria prestar depoimento na Câmara. A audiência havia sido solicitada por Onyx, que queria saber por que o ministério pretendia cortar um laboratório gaúcho da lista de credenciados para testar a vacina contra febre aftosa. “O Onyx não, não… Não quer entender ou não tá entendendo. Na hora que você puder dar um toque, só pra tirar o pé do acelerador lá, porque, senão, isso acaba sobrando pra mim, você sabe”, afirmou Figueiredo, ao que Saud respondeu: “Vou falar pessoalmente com ele”. Depois da audiência, ao menos formalmente, Onyx desistiu de levar o assunto à frente. O agora ministro da Casa Civil apareceu na lista de parlamentares agraciados com repasses de caixa dois da JBS.

Agência BrasilAgência BrasilOnyx Lorenzoni: menção em grampo de lobista da JBS

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