Flickr/kermitfroschQue tal passear em um espaço ultraprogressista, com leis e costumes de extrema esquerda?

A Ilha do Progresso

Se um esquerdista de agora interagisse com esquerdistas de daqui a quinze anos em um lugar especial, ele se tornaria um conservador
31.03.23

Estou pensando em começar uma campanha para financiar o meu projeto sociológico-turístico, a Ilha do Progresso.

A Ilha do Progresso é um lugar ultraprogressista, com leis e costumes de extrema esquerda.

Quanto de extrema esquerda? Tão de extrema esquerda que todos os esquerdistas que visitem a ilha fiquem chocados e repugnados e virem conservadores.

A ideia é que basta visitar a ilha uma vez, e você vira conservador pra sempre.

Estou sendo otimista demais em achar que eles podem ficar chocados ou repugnados com alguma coisa? Bom, talvez, mas é uma questão de ir ajustando o grau de aberração e de grotesco dos costumes da ilha. Acho que com um estímulo esquerdista forte o suficiente qualquer um pode ficar chocado e repugnado.

Só preciso de alguns milhões para provar isso. Seria uma das maiores experiências sociais de todos os tempos, e um reality show pelo menos razoável.

Volta e meia alguém nota que, se um esquerdista de quinze anos atrás viajasse no tempo para este ano, seria considerado um conservador. E isso me faz pensar que uma maneira de transformar um esquerdista de agora num conservador seria fazer com que ele tivesse que interagir com esquerdistas de daqui a quinze anos.

Logo, vamos imaginar o que os esquerdistas vão estar exigindo daqui a quinze anos e construir uma ilha exatamente assim.

Sabe quando um velhinho de antigamente (um velhinho dos anos oitenta ou noventa) via um filme, ou uma cena de novela, ou uma foto de carnaval, e dizia: “Mas onde as coisas vão parar?”. Pois precisamos que a ilha cause esse mesmíssimo sentimento perfeitamente natural e saudável na alma de um jovem médio de dezoito anos.

Seu filho está ficando esquerdista demais? Tudo agora é “afeto”, “saberes”, “fazeres”, “corpos negros”? Pois não gaste mais uma gota sequer de saliva discutindo com ele: simplesmente lhe dê uma estadia de cinco dias na Ilha do Progresso.

Claro que, para atrair o jovem, a ilha vai ter só a reputação de ser um lugar progressista, cheio de igualdade, equidade e justiça social. E, de fato, a reputação vai ser correta.

Logo ao desembarcar, por exemplo, o jovem conhecerá a Praia do Incesto (“World Famous Incest Beach“), onde vários degenerados se divertirão com seus (deles) familiares, numa orgia perpétua e não pouco repugnante sobre a linda areia fofa que circunda a ilha.

Sem que o jovem visitante saiba, são só atores, e provavelmente nem sequer aparentados. Vistos ao longe, anões representando crianças lascivas, segurando minitacinhas de martini e com agulhas de crack espetadas nos bracinhos, completarão o panorama de degradação moral progressista.

Putz… Não sei… Será que não é demais? — certamente pensará o jovem visitante.

Um labrador (na verdade um ator formado pela Escola Wolf Maya dentro de uma fantasia de labrador) participando de um ménage entre uma avó tatuada e um neto que transiciona de gênero tão rapidamente que aparece ao olho humano apenas como um borrão. Colibris treinados para ciscar o alpiste no pênis de até 200 diretores de teatro panssexuais. Um jovem sexualmente confuso se casando com uma barraca de churros.

Talvez o cachorro seja demais… — dirá o jovem para o guia.

Na Praia dos Assexuados centenas de assexuados farão uma orgia só de gente falando em tom meio chatinho sobre como é ser assexuado.

Perto da Montanha da Sodomia todo dia um paraquedista tentará fazer sexo anal com um estrato-cúmulo.

Entre os habitantes da Ilha do Progresso haverá tanto entusiasmo na luta contra o racismo que as pessoas vão sair das suas casas de madrugada, usando lençóis brancos, para caçar conservadores negros que acham que não existe racismo estrutural.

No Sítio da Eutanásia toda criança que bater com o cotovelo numa mesa e começar a chorar vai levar um tiro na cara.

Na ilha vão existir não só fundos governamentais para combater a pobreza menstrual, mas também para combater a pobreza relativa a qualquer outro tipo de fluído corporal. Além disso haverão fundos para dezessete outros tipos de pobreza — uma lista que na verdade pode ser ampliada infinitamente, até que o jovem visitante murmure algo a respeito de “isso já estar ficando um pouco ridículo”.

Todos os filmes passando na Ilha do Progresso serão de cadeirantes com cocares olhando para a câmera e dizendo “Justiça! Dignidade!…” e chorando.

A música na ilha é feita por brocas de dentistas. Não é um mero som de brocas. A música da Ilha do Progresso é realmente uma broca de dentista sendo enfiada repetidas vezes no seu ouvido por um músico que se identifica sexualmente como uma galinha anedônica com vitiligo. E o jovem visitante, fazendo força pra não julgar ninguém, com sangue e talvez algum tipo de suco cerebral saindo dos ouvidos, talvez confesse em algum momento que esse tipo de música não é beeeem do seu gosto.

Todo o objetivo da Ilha do Progresso é que, quando o jovem tiver voltado para casa e os pais lhe perguntarem como foi tudo, ele desabe de cansaço e horror no sofá da sala, passe a mão no rosto subitamente envelhecido como se estivesse acordando de um pesadelo, e finalmente pergunte em voz alta o que todos nós sempre sonhamos que ele perguntasse: “Será que a gente não está indo longe demais?”.

Faça um esquerdista se sentir durante alguns dias do jeito que eu me sinto sempre, e todos os nossos problemas estarão resolvidos.

 

Alexandre Soares Silva é escritor

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    1. A esquerda no BR,na A.Latina e na Ásia é um atraso só.Aqui pras nossas bandas ainda ñ provou a q veio e nem ela msm sabe pq é esquerda.Nunca leu um livro de Marx,diz q países europeus,em realidade sociais-democratas,são de esquerda,e recusa-se a ver a realidade de Cuba e da Coréia do Norte.China é um caso a parte:comunista na ideologia,super capitalista na economia.É isso q querem pro Brasil?Que vão todos pra Ilha do Progresso e qdo voltarem sejam postos a trabalhar ganhando 1 SM.Acordem,idiotas

  1. Excelente, como sempre! Pena alguns não entenderem a metáfora! Algumas coisas estão realmente insuportáveis à esquerda (assim como à direita, e presumo que tb estariam ao centro etc.). O resumo é: estamos na era da idiotice, do absurdo, da futilidade, do mimimi, etc. etc. Muita preguiça pra isso tudo.

  2. Texto de péssimo gosto e muito fraco. Tribos primitivas tratavam seus inimigos como não humanos e algo parecido está sendo feito aqui. O pensamento de esquerda deve ser criticado pelo que defende e que não funciona. Este tipo de crônica de baixo nível só prejudica a reflexão inteligente.

  3. Gostei da ideia e acho que poderia ser feito um experimento derivado chamado ilha do ultraconservadorismo, onde os neo conservadores de hoje seriam enviados para está ilha que seria o exato oposto da outra. Pra resumir, só vale fazer aquilo que está na bíblia (cristã obviamente, deus me livre outra religião). Qualquer coisa fora da bíblia seria um pecado mortal, mesmo com todas as suas contradições. Estas seriam resolvidas pelo presidente-sumo-sacerdote-messias, autoridade suprema. Que tal?

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