DivulgaçãoEduardo Girão, ao centro, lança sua pré-campanha à prefeitura de Fortaleza

Pouca prefeitura para muito partido

Políticos iniciam articulações para o pleito do ano que vem, que promete ser a eleição municipal mais importante da história
30.11.23

Apesar de as eleições municipais serem apenas em outubro do ano que vem, partidos, deputados federais, senadores, deputados estaduais e vereadores já iniciaram suas articulações.

Essa vem sendo considerada por dirigentes partidários a disputa municipal mais importante da história recente. Com o crescimento de siglas como o PL de Valdemar Costa Neto e o PSD de Gilberto Kassab, há uma luta renhida para comandar o maior número de prefeituras no país. São 5,5 mil prefeituras em jogo.

O MDB quer eleger aproximadamente mil prefeitos, número almejado também por PP e PSD. O PL de Valdemar Costa Neto é até mais otimista: fala em ocupar 1,5 mil cadeiras. PP acredita que pode ganhar em 800 cidades e União fala em algo em torno de 400. Até o Novo pretende intensificar suas campanhas no ano que vem. O partido, até hoje com pouca tradição nesse tipo de disputa, deve lançar em torno de 450 candidaturas, segundo o presidente da sigla, Eduardo Ribeiro. Em resumo: é pouca prefeitura para muito partido.

Hoje, o PSD comanda 968 prefeituras. O MDB, 838. O PP, 712. O União Brasil, 564. O PL, 371. O PT hoje administra 227 cidades e tenta se recuperar, até hoje, do baque sofrido após a operação Lava Jato. Em 2012, a sigla chegou a comandar 638 cidades.

Além das disputas entre as siglas maiores, as eleições de 2024 vão repetir a polarização das últimas eleições: Lula x Jair Bolsonaro.

Dos dois, Bolsonaro é o que tem buscado um maior controle sobre as indicações aos candidatos nas capitais, embora às vezes ceda a Valdemar Costa Neto: como ele disse nesta semana, um às vezes “engole” a vontade do outro, e vice-versa. O ex-presidente da República foi responsável pela escolha de Alexandre Ramagem para disputar a prefeitura do Rio de Janeiro. Em São Paulo, Bolsonaro ainda resiste às tratativas da ala pragmática do PL para endossar a candidatura de Ricardo Nunes (MDB). Se dependesse exclusivamente de Bolsonaro, a sigla teria candidato próprio: ou o secretário de Segurança, Guilherme Derrite, ou o deputado federal Ricardo Salles.

O PL também vai apostar nas candidaturas femininas, em um trabalho coordenado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O ex-presidente já começou a rodar o país para ampliar o número de aliados e mobilizar as bases. Neste momento, Bolsonaro vem priorizando cidades de estados como Santa Catarina e Goiás. A ideia é ampliar esse tour pelo país ao longo do ano que vem.

Lula também pretende entrar em campo para auxiliar prefeitos aliados. O PT, atualmente, tem adotado outra tática: a cooptação de gestores municipais por meio de obras e promessas de liberação de emendas. Com isso, conseguiu trazer para debaixo de sua asa aproximadamente 30 prefeitos. A maior parte deles é da região Nordeste. A estratégia do PT mira nas cidades com mais de 100 mil habitantes.

O partido também aposta nos grandes nomes para disputar as próximas eleições ou vai encampar o palanque dos favoritos: a deputada federal Maria do Rosário é nome certo para as eleições em Porto Alegre. No Rio de Janeiro, o PT deve indicar o vice na chapa de Eduardo Paes. Em São Paulo, a sigla vai apoiar Guilherme Boulos. Tanto Paes quanto Boulos lideram as pesquisas.

As próximas eleições elas devem ser marcadas, também, por um grande número de “puxadores de votos” nas disputas proporcionais. Nomes como Eduardo Girão (Novo), Kim Kataguiri (União) e Deltan Dallagnoll (Novo) são tidos como certos no próximo pleito.

Girão vai disputar a prefeitura de Fortaleza. Kataguiri, a de São Paulo. Deltan ainda avalia se disputará a prefeitura de Curitiba. Tudo, porém, dependerá de um aval do TSE ao parlamentar, que teve seu mandato cassado.

As eleições do ano que vem ocorrerão em 6 de outubro. Aproximadamente 152,7 milhões eleitores de 5.568 municípios voltarão às urnas. E segundo os dirigentes partidários, os pleitos serão importantes para projetar cenários para 2026. Quem conseguir aumentar o seu quinhão municipal, acreditam eles, terá mais chances de conseguir dar as cartas na política nacional nos próximos anos.

E assim segue o jogo político.

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  1. Aqui nas redondezas de onde moro existem inúmeras cidades com Prefeituras e um catupilhão de vereadores. Cidades com três, quatro mil habitantes, uma praça, uma igreja, às vezes uma só rua ou três ou quatro delas. Nem cemitério, nem delegacia, nem polícia, hospital, escola só fundamental e todo mundo vivendo das mesadas sem fim do Governo. Filhos dependentes eternos dos pais e pais dependentes eternos dos avós. É muita pobreza para pouco governo. É muita desesperança para "prefeitar". Prefeitem!

  2. Só tenho medo é de ver os Bolsonaro continuarem sendo puxadores de votos. Aqui no Paraná ainda existem muitas viúvas do Mito. É degradante. Lula, por sua vez, não assusta no Sul.

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