Foto: Kirill Venediktov/soccer.ru

O Neymar não está pra peixe!

Ninguém poderia imaginar que os alicerces morais da família brasileira estavam para sofrer um abalo sísmico de proporções dantescas
04.08.23

A semana transcorria normalmente no Brasil: Lula reclamando do Banco Centrão, Arthur Lira e sua turma exigindo mais cargos no governo e uma chacina policial para fechar as férias no Guarujá. Até aí, nada de mais. Ninguém poderia imaginar que os alicerces morais da família brasileira estavam para sofrer um abalo sísmico de proporções dantescas.

Enquanto eu, Aga”meme”non Mendes Pedreira, me preparava para assistir ao filme da Barbie vestido a (mau-)caráter, um escândalo homo-eroto-fute-político sacudia a república! O babado (com trocadilho, por favor) é o seguinte: a trans Sophia Barclay revelou num dos milhões de podcasts que infestam a internet ter participado de uma suruba numa festa de família do jogador Neymar. Até aí, tudo bem: bacanal social com a participação de jogador de futebol é uma coisa comum no Brasil, difícil é a nossa seleção passar das quartas de final na Copa.

Só que o buraco é mais embaixo (com mais trocadilho ainda, se faz o favor): a trans declarou no TikTok que, durante a orgia, participou, em petit comité, de um duelo de espadas com o atacante Neymar, o surfista Pedro Scooby e uma influenciadora secreta que só cuidou da parte digital (com muito mais trocadilho ainda, por favor). Segundo a trans, Neymar, como sempre, acabou caindo. Só que dessa vez caiu em tentação e acabou fazendo um troca-troca com o surfista Scooby, na certa aproveitando a “janela” na temporada que permite transações entre atletas de diferentes clubes e até de diferentes modalidades esportivas. Por conta das declarações da trans indiscreta, a Fucky News se espalhou como uma Covid e todos ficaram sabendo que o Scooby-Doo, quer dizer, o Scooby Deu!

Enquanto homem à frente do meu tempo (e, às vezes, atrás também), nada me impressiona em termos sexuais de natureza sacano-erótica. O que acontece entre quatro paredes entre dois atletas cis, uma trans e uma mulher bi do sexo feminino é como uma negociata: só interessa a quem participa. O problema é que hoje em dia não basta fazer um monte de safadezas de fundo sexual (aliás, no caso, mais de fundo do que sexual). As pessoas precisam colocar suas experiências nas redes antissociais para conquistar likes e divulgar suas tretas. Antigamente, a safadeza era prioridade máxima, e esconder as suas “saliências” (inclusive usando sunga) era uma regra de suruba que não poderia ser quebrada. O resto pode, e deve, quebrar.

Os grandes craques do passado, como Pelé, Garrincha e Didi, fizeram mais gols e sacanagens do que o Neymar; aliás, só o Pelé fez mais de mil (gols) . A diferença é que o “Menino Ney” é viciado em internet e fica mais tempo postando dancinhas no TikTok do que treinando. Pois é, de tanto dançar, o craque da DST, quer dizer, do PSG, acabou dançando.

Na verdade, tudo isso acontece porque esses caras ganham muito mais dinheiro do que são capazes de gastar. Com toda essa grana saindo pelo ladrão, os jogadores acabam se entediando com o luxo e, na busca insaciável do prazer, acabam se metendo no meio (com muito mais trocadilho ainda!) de enrabadas, quer dizer, enrascadas. Como diria o pedófilo, ops, filósofo do futebol, Neném Prancha, a respeito do Neymar: “Caiu nas redes, é Peixe!”. Quer dizer, eu acho que quem disse isso foi o Romário.

Mas o Brasil não fica só nisso: é muito pior. Por conta da desclassificação da nossa seleção feminina de futebol, os funcionários públicos continuam com direito a ponto facultativo para continuar acordando cedo — agora para xingar a técnica sueca, uma vez que o que o Brasil não vai ser campeão e, portanto, não vai ter feriado. Enquanto isso a deputada bolsonazista Karma Zambelli, a Katy Mahoney brasileira, está cada vez mais enrolada com um hacker de “esquerda”, mas que também faz serviço pra “direita”. Tudo de graça, porque, afinal, é um patriota, mas grana ele guarda num paraíso fiscal.

 

Agamenon Mendes Pedreira é diretor de bacanais aposentado.

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  1. Agamenon, uma dica: leva a patroa para assistir mais futebol em campo. As oportunidades estão sempre de portas (pernas) abertas. E Neymar já não tem mais muito tempo de vida útil.

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