Censo de ridículo

Saiu o resultado do Censo 2022 realizado pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Ginecologia e Estatística, e mais uma vez o Brasil foi reprovado.

Ao ler os primeiros resultados da pesquisa, cheguei à conclusão que eu, Agamenon Mendes Pedreira, sou como o Brasil: parei de crescer, o que pode ser confirmado pela Isaura, a minha patroa, cada vez mais insatisfeita com a minha performance sexual. Estou cada vez mais velho, encanecido, decrépito, além de idoso, gasto e acabado, não necessariamente nessa ordem.

E não é apenas só isso! O Censo de 2022 também revelou que o nosso país tem mais pets do que gente e que os domicílios brasileiros estão cada vez menores, ou seja, com tantos pets dentro de casa, falta espaço para o resto da família,  que acaba morando na rua.

Sem emprego, sem condição de pagar aluguel, a população está se mudando para imóveis cada vez menores, como a casinha de seus cachorros. Por isso mesmo o governo Luis Inácio Lira da Silva, o Janja, está lançando um novo projeto inclusivo e assistencial: o programa Minha Maquete, Minha Vida, com nanoimóveis de tamanho reduzido onde a sala, a cozinha, o quarto e o carro popular cabem todos dentro da caixa d’água, que também pode ser utilizada como piscina.

Sempre à frente do meu tempo, eu já antecipava essa tendência minimalista, optando por morar no meu Dodge Dart 73, enferrujado, onde não preciso pagar IPTU. E nem IPVA, porque o meu auto imóvel fica estacionado e não anda pelas ruas aumentando os congestionamentos e a emissão de carbono no meio ambiente. Os únicos gases que lanço na atmosfera são as minhas flatulências, cada vez mais frequentes e fedorentas. Pelo menos, assim eu espanto os mosquitos da dengue que morrem asfixiados com minhas ventosidades poluentes.

Os dados do Censo estão deixando as autoridades apavoradas. Sigam-me o meu raciocínio: se a população encolher, vai ter menos gente pra pagar os impostos, certo? E sem o crescimento da arrecadação, o governo não vai conseguir pagar os constantes aumentos do Judiciário, as emendas parlamentares, nem as viagens do presidente ao exterior. Desprovidos de seus privilégios nababescos, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário vão cruzar os braços e não vão mais trabalhar, coisa que eles já fazem há muito tempo. Ou seja, não muda coisa nenhuma.

É, meus amigos, a coisa está afrodescendente… mas nem tudo é desgraça: o ex-presidente Jair Bozonazi, ao que tudo indica, vai ficar inelegível pelos próximos oito anos. A coisa vai ficar esquisita para o Jair sem mandato e sem poder ser candidato. Desse jeito, Bozonaro vai acabar sendo rebaixado de capitão do Exército a cabo eleitoral do PL, Partido da Ladravagem.

Mesmo com seu histórico de Pateta, com o qual poderia garantir uma vaga na Disney, em oito anos Bolsoasno estará mais velho, senil, idoso, usando ditadura postiça, e será obrigado a viver de favor na casa dos outros.

Pensando nisso, desde já, ofereço ao ex-presidente uma vaga no porta-malas do meu Dodge Dart, 73, enferrujado, mediante o pagamento de um módico aluguel, é claro. Mas tem que ser em dinheiro vivo, não aceito bitcoin, Pix e muito menos presente de sheik da Arábia Saudita.

Agamenon Mendes Pedreira é a cara enrugada do Brasil