O que o Brasil deixou de aprender com a Alemanha?
O PT segue exibindo as mesmas más ideias do desenvolvimentismo inflacionário iniciado nos anos 1950, continuado pelo extremo intervencionismo estatal da ditadura militar
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Quando o jovem Karl Marx e colegas de esquerda se cansaram da censura prussiana e decidiram partir para o exílio na França, na Bélgica e no Reino Unido, eles não estavam tão oprimidos pela repressão da polícia quanto obcecados pela visão de uma Alemanha dividida e muito atrás, economicamente falando, da pujante Grã-Bretanha. De fato, a Alemanha da primeira metade do século 19 era o próprio símbolo daquilo que os ideólogos da Unicamp chamariam, no seguimento de Leon Trótski e outros epígonos, de capitalismo tardio, uma “maldição” que também atingia, ao que parece, o Brasil da primeira metade do século 20. Pouco depois, graças a List e outros “desenvolvimentistas” prussianos, entre os quais o próprio Otto von Bismarck, a Alemanha unificada deslanchou sua “revolução pelo alto”, o que a fez ultrapassar a Grã-Bretanha ainda antes do final do século 19.
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Comentários (10)
Carlos Renato Cardoso Da Costa
2023-02-09 19:00:53Excelente. Gosto muito da perspectiva histórica que o embaixador constantemente traz em seus artigos e entrevistas. PT é um partido jurássico. Normal que apenas em zonas atrasadas do globo como a América Latina um partido como o PT possa prosperar.
André
2023-02-09 18:04:48Parabéns pelo brilhante e muito elucidador artigo, Prof. Paulo Roberto de Almeida. Nossos presidentes atual e os passados após FHC, não têm o seu conhecimento e cultura para vislumbrar as necessidades que um país imenso e complexo como o Brasil requer para levar on desenvolvimento e progresso à toda sua população. No ritmo que estamos, vai demorar demais!
SERGIO LUIS BOEIRA
2023-02-07 21:37:20Paulo, eu espera mais do seu texto. Não mais exposição de conhecimento histórico, isso está bem. O problema está na falta de algum realismo no julgamento antilulista. Lula não ficou neutro, pelo contrário, deixou muito clara sua crítica à invasão da Rússia à Ucrânia. Ele defendeu a paz, uma mobilização pela paz. Inclusive reconheceu em público que estava mal informado sobre o conflito. E além disso já havia defendido mudanças no sistema ONU. Isso não tem nada de diplomacia "obtusa" etc.
Angela
2023-02-06 16:34:53Excelente artigo. Estudei na Alemanha em 1974 e lá retorno todos os anos. Um país que soube se reinventar em todos os aspetos.
Mauro Santos
2023-02-05 22:59:05A China, pelo desenvolvimento, pode sair do BRICS e dar lugar a Argentina, ou Afeganistão e formando o BRISA. A Alemanha (CDU, SPD) investiu na China na Nova Rota da Seda e na Rússia nos gasodutos, mas na Rússia a corrupção, a lorota e a guerra fria superaram o liberalismo econômico. PT (incluindo Petucanos) no seu terceiro Reich faz uma mistura de Manifesto Comunista com Minha Luta, hasteando a bandeira do PT acima da Bandeira Nacional. Produz ideologia e ódio, melhor que o preposto derrotado.
KEDMA
2023-02-05 13:31:42Excelente artigo com uma revisão histórica primorosa. 👏👏
Max
2023-02-05 07:28:24Análise histórica consistente e reveladora do atraso ideológico e teimoso do lulopetismo ancorado em seu desmoralizado passado de ligações com ditaduras decadentes.
AftasArdem
2023-02-04 21:20:57Artigo interessante. Porém, continuo pensando na frase "não vamos somente ganhar uma eleição, vamos tomar o poder".
Peter Clemens Jacubowsky
2023-02-04 06:16:05Grande texto! Abrangente e objetivo, mostra profundo conhecimento da matéria. Pequena correção: Technische Hochschule é a grafia correta.
Magda
2023-02-04 00:53:55Só não podemos nos esquecer do Plano Marshall, sem ele a Alemanha e outros países europeus jamais teriam se reerguido, não tinha como. https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-plano-marshall.htm