Adriano Machado/CrusoéArthur Delira: o pai do orçamento secreto (a mãe é o Bolsonaro)

Congresso pralamentar

Fiquei sabendo que a Casa tem uma nova “diretoria” que, por sinal, é a mesma de antes
03.02.23

Eu estava aqui outro dia, em plena atividade, ou seja, não fazendo nada, coçando o saco até fazer ferida. Feita a ferida, busco atendimento médico no SUS onde, frequentando a quilométrica fila, conheço outras pessoas, faço novas amizades, falamos mal do governo, da carestia, da guerra na Ucrânia, essas coisas que fazem o cotidiano de milhões de brasileiros como eu, os nem-nem-nem (nem estudam, nem trabalham, nem morrem).

Pois então, estava eu comichando a minha bolsa escrotal que, alias, está mais em baixa que ação das Lojas Americanas, quando, subitamente, ouvi uma enorme explosão na Rua da Amargura, fundos, onde meu Dodge Dart 73, enferrujado, fica estacionado. Assustado com a barulheira me deparei com o imenso porta-aviões São Paulo que, manobrando, tentava arrumar uma vaga aqui na vizinhança. No Brasil é assim, até porta-aviões no seco anda.

O navio aeródromo é uma espécie de Viúva Porcina da nossa Armada: aquela que foi sem nunca ter sido. Comprada por milhões de dólares numa feira de seminovos na França, a belonave-aeroporto não consegue nem navegar até Paquetá. Chegou ao Brasil se arrastando e é tão obsoleta que de avião só pode pousar o 14-Bis e o Demoiselle do Santos Dumont.

Acontece que, como todo mundo sabe, Santos Dumont já é um aeroporto, portanto fica impossível um mesmo avião pousar ao mesmo tempo em dois lugares. Assim sendo, depois de uma análise técnica que custou outros tantos milhões de dólares, conclui-se que o porta-aviões São Paulo não tem nenhuma serventia e acabou sendo vendido, como sucata, para uns turcos da 25 de Março por alguns centavos de reais.

O “pobrema” é que a vetusta embarcação é mais poluída que a Baia de Guanabara e, por isso mesmo, ninguém quer ver o São Paulo por perto porque tem medo de ficar mais envenenado que um originário ianomami seminovo.

Porém, assim como São Paulo, o porta-aviões São Paulo não pode parar. Não pode parar na Turquia, não pode parar no Rio de Janeiro, no Porto de Santos e não pode parar nem em Brasília, onde não tem mar. Mas tem Gilmar.

A pobre e chumbada embarcação, coitada, não é aceita em nenhum porto e é rejeitada pela maioria dos ferro-velhos do mundo. Por isso mesmo, resolveu atracar aqui ao meu lado perturbando a paz e trazendo grave risco ecológico para a região.

Recorri então à ministra Marina Selva que tirou o corpo fora e me mandou procurar o Freixo. O presidente da Embratur gentilmente me colocou em contato com uns milicianos amigos dele que, em pouco tempo, colocaram o porta-aviões pra correr, quer dizer, pra boiar. E ainda dizem que nada funciona no Brasil. Quer dizer, o porta-aviões não funciona mesmo, mas vocês querem tudo perfeitinho ? Vão morar na Noruega!

Eu estou tergiversando, diriam vocês, mas eu não tenho a menor ideia do que tergiversando quer dizer. Fico quieto aqui no meu canto, acompanhando as notícias na Globonews, canal de notícias patrocinado pela Sadia porque seus apresentadores passam o dia inteiro enchendo linguiça.

Pois é, fiquei sabendo então que o Congresso tem uma nova “diretoria”, que, por sinal, é a mesma de antes. Rodrigo Pacheco, dono das Drogarias Pacheco, é o “novo” presidente do Senado e Arthur Delira, o pai do orçamento secreto (a mãe é o Bolsonaro) é o “novo” presidente da Câmara. Enfim, tudo como dantes no quartel de Abrantes que, por sua vez, foi preso depois de participar do golpe Tabajara em 8 de janeiro.

Nesse novo Congresso muita gente perdeu o mandato, como o deputado Alexandre Frota, que agora vai ter que largar a put#@$%ˆ&ria e voltar pra indústria pornográfica. No campo da extrema esquerda, entrou o Guilherme Toulos que invadiu o plenário com a galera do MST, Movimento dos Sem Trabalho. A extrema-direita conta agora com a senadora Damares, que vai defender as causas pedófilas e o plantio de goiabeiras.

Mas nem tudo é desgraça, tem as tragédias também. Fernando Collor vai voltar pra Maceió para o desespero da população de Alagoas. E se você acha que a culpa de tudo no Brasil é dos “político”, você tem razão. Mas não se esqueça de uma coisa — quem vota nos “político” é você, eleitor brasileiro. Eu não! Por ser um idoso provecto sênior, não sou mais obrigado a votar. Só voto de novo por uma razão: se alguém quiser comprar o meu voto. Infelizmente, ainda vou ter que esperar até a próxima eleição pra ver se algum dindim ainda pinga na minha mão.

 

Agamenon Mendes Pedreira é o ChatoGPT

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  1. Boas risadas inevitáveis ante seu texto cheio novas constatações para fatos já envelhecidos… acabo de dar conta da saideira do Collor! Rsrs 😆

  2. Não tenho dúvida de que a pior coisa que a cultura nacional está conseguindo produzir no momento é o humor. Justificado contudo a pífia seara: o país está insandecido: Um cidadão se imolou botando fogo em sí mesmo, um senador enlouqueceu e outro tomou o celular de um jornalista que lhe fez uma pergunta incômoda. Valha-nos!!

  3. Agamenon, meu velho, sei que tinha prometido ajudar com a condução, mas vou fazer melhor. Achei uma vaguinha pro seu Dodge Dart aqui na esquina da Crusoé. Corre lá que na minha mão é mais barato. Fechado? Agora só falta a revista contratar o Diogo e o Mário. Falando nisso, Agamenon, você conhece o Mário?

  4. É mesmo, hein? Agamenon dando uma dentro (coisa rara!). Se o pai do presidente da Câmara chama-se Benedito de Lira, por que o filho é só "Lira"? Porque quem delira mesmo é quem tentou no ano passado arrastá-lo para o golpe!

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