Marcelo Camargo/Agência Brasil

Vítimas de Maduro são esmagadora maioria entre refugiados no Brasil

03.01.24 16:26

A Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, em uma parceria com o Ministério da Justiça, calcula que 134 mil pessoas já foram reconhecidas como refugiadas no Brasil. Dessas, 123 mil são venezuelanas.

Elas vêm ao Brasil por causa da falta de perspectivas, da fome ou da perseguição política na ditadura de Nicolás Maduro.

Cerca de metade delas acaba ficando no Brasil. A maior parte dos que entram por terra são recebidos pela Operação Acolhida, que acontece perto da fronteira, no estado de Roraima.

Apesar de nunca ter sido citada pelo presidente Lula, essa ação das Forças Armadas, iniciada ainda no governo de Michel Temer, tem sido essencial para lidar com a chegada de 300 a 400 venezuelanos por dia.

Uma vez cadastrados, eles são registrados no Sistema Único de Saúde, o SUS, são vacinados e encaminhados para trabalhar em 838 cidades do Brasil.

A entrada de venezuelanos no Brasil se mantém em um patamar muito elevado há cinco anos“, diz o defensor público João Chaves, que lida com os imigrantes. “Uma peculiaridade do Brasil é que, desde 2019, eles não precisam se submeter a entrevistas ou análise de cada situação individual para que seja concedido o refúgio.”

Assim, periodicamente, o Comitê Nacional de Refugiados, Conare, periodicamente publica lista de milhares de venezuelanos, que são aprovados em bloco. “Isso explica em grande parte esse número elevado de refugiados venezuelanos nas estatísticas“, diz Chaves.

 

Resultados

O impacto da chegada dos venezuelanos, em uma população de 210 milhões de habitantes, não tem sido significativo.

A proporção de refugiados e migrantes no Brasil é muito pequena em comparação com a população geral“, diz Chaves.

Mais de 7,5 milhões de venezuelanos já deixaram o seu país de nascimento em busca de uma vida melhor. É um contingente impressionante, considerando que a Venezuela não vive uma guerra.

Mas a situação pode piorar, caso Maduro resolva invadir a Guiana. No final de 2023, o tirano deslocou milhares de soldados para perto da fronteira com o país vizinho.

Se um conflito bélico tiver início, além de fugir da fome, da desesperança e da repressão interna, os venezuelanos vão ganhar mais um motivo para pedir ajuda aos brasileiros.

 

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