Velório de Maradona e manifestações pelo aborto elevam casos de Covid na Argentina
A aglomeração de 1 milhão de pessoas no velório do jogador Diego Maradona (foto) e as duas manifestações em frente ao Congresso, em Buenos Aires, para pedir a aprovação de uma lei de aborto já impactam no número de casos de Covid na Argentina, segundo o médico Claudio Santa Maria, professor da Fundação Instituto Superior de...
A aglomeração de 1 milhão de pessoas no velório do jogador Diego Maradona (foto) e as duas manifestações em frente ao Congresso, em Buenos Aires, para pedir a aprovação de uma lei de aborto já impactam no número de casos de Covid na Argentina, segundo o médico Claudio Santa Maria, professor da Fundação Instituto Superior de Ciências da Saúde, em Buenos Aires.
"Em janeiro, o número de casos entrou em uma curva de crescimento vertical, e isso tem a ver com o velório de Maradona e com os protestos pela lei do aborto. Nesses eventos, as pessoas não usaram máscaras e não respeitaram o distanciamento social. Nas manifestações em frente ao Congresso, elas chegaram a ficar um dia e meio juntas", diz Santa María.
No final de novembro, quando morreu Maradona, a cidade de Buenos Aires registrou 324 novos casos de Covid em 24 horas. Uma semana depois, o número caiu para 226. O valor permaneceu entre 300 e 400 ao longo de dezembro. Em 4 janeiro, o número de novos casos registrado em 24 horas chegou a 1075, três vezes mais o que se obtinha em novembro. Na província de Buenos Aires, que engloba mais cidades, o número de novos casos diários subiu de 800 no final de novembro para quase 3 mil.
"Esses três eventos, o velório de Maradona e as manifestações pelo aborto, foram gerados e aprovados pelo governo. Agora, as autoridades estão pedindo para que as pessoas não se aglomerem. É bastante louca ou esquizofrênica a mensagem que estão passando", diz Santa María. O projeto da lei de aborto foi enviado ao Congresso pelo presidente Alberto Fernández e aprovado no final de dezembro pelo Senado, comandado pela vice Cristina Kirchner.
Durante as festas de Natal e Ano Novo, muitos jovens que participaram dessas aglomerações se encontraram com seus pais e avós. "Em meados de janeiro, provavelmente teremos uma bomba sanitária na Argentina", diz o médico.
Por uma decisão política do presidente Alberto Fernández, amigo de Maradona, o caixão do jogador foi velado dentro da Casa Rosada. Como trata-se de um lugar fechado, onde o vírus pode ficar horas circulando no ar, mais pessoas foram infectadas.
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Comentários (4)
Amaury
2021-01-06 08:35:07Nas terras tupiniquins a campanha eleitoral cumpriu o mesmo papel.
eduardo carlos pereira
2021-01-05 21:25:47foram para o velório, providenciar o próprio velório, estes são "los hermanitos"
Manolo
2021-01-05 16:41:35Daqui a uns dias somos nós a explodir com doentes. e que ninguém reclame dos políticos.
Zeras
2021-01-05 16:05:23Evidente, afinal, se a mulher é a favor do aborto, é porque ela não se importa com a vida... nem a dela, nem dos outros.