Mateus Bruxel/Folhapress

Tacla Duran e Adir Assad, os ‘hóspedes fictícios’ do hotel de Paulo Preto

05.09.20 13:20

Uma denúncia apresentada pela Lava Jato na terça-feira, 3, a última antes do desmonte da força-tarefa em São Paulo, teve como pivô o hotel Giprita, em Ubatuba. Segundo os investigadores, o hotel era usado por Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, para ocultar a origem de valores e bens ilícitos obtidos por ele por meio de esquemas envolvendo as obras do Rodoanel Sul e do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo. Ele teria recebido propina em troca da renegociação de contratos e do direcionamento de licitações.

Apontado como arrecadador do PSDB, Paulo Preto girou quantias milionárias no hotel localizado no litoral norte de São Paulo. As propinas eram incorporadas ao faturamento do estabelecimento por meio de depósitos em espécie amparados em hospedagens fictícias. Entre os  hóspedes fictícios estavam Rodrigo Tacla Duran e Adir Assad, operadores dos esquemas tucanos em São Paulo.

“Quanto a pagamentos para o Hotel Giprita, também foram feitos a pedido de Paulo Vieira de Souza. O depoente entendia que o hotel era de Paulo. Acredita que no caso do hotel não houve contrato, até porque o objeto da Power to Tem (empresa de fachada de Assad) era locação de equipamentos para obras. Informa que a empresa Viper, de Tacla Duran, também tinha por finalidade a geração de caixa”, confessou o próprio Assad, em delação.

Segundo a Lava Jato, o esquema envolveu a mulher do ex-diretor da Dersa, suas duas filhas e o gerente do hotel. Pelo menos 1,3 milhão de reais teriam sido lavados no local, que pertence à família desde os anos 1970. Rodrigo Tacla Duran é um velho conhecido de Paulo Preto. O doleiro é apontado como operador da compra de uma casa no Guarujá pertencente ao ex-diretor da Dersa. Suas estadias supostamente fictícias no hotel reforçam o elo.

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