"Revolução contra a burocracia" está em marcha, diz a Economist
A revista The Economist analisa a onda global de desregulamentação impulsionada por líderes como Milei, Trump e Modi
A Economist destacou na quinta, 30, o fenômeno global de líderes políticos promovendo cortes radicais na burocracia estatal. A reportagem diz que uma desregulamentação bem planejada possa trazer “maior liberdade, crescimento econômico mais rápido e novas tecnologias”.
Donald Trump, que sofre oposição da revista desde o primeiro mandato, é citado como exemplo de uma postura "agressiva e improvisada". Javier Milei, presidente da Argentina, por outro lado, é descrito como alguém que “entrou no governo preparado, após 18 meses planejando como retirar o Estado de setores inadequados”, resultando em quedas expressivas nos preços de importados.
A reportagem também menciona o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, cujos conselheiros estão “enfrentando silenciosamente os babus”, burocratas conhecidos pelo apego excessivo à papelada. Na Europa, figuras como Rachel Reeves, ministra das Finanças britânica, defendem reformas em infraestrutura para destravar o crescimento. Até os comunistas vietnamitas possuem um plano para reduzir o peso da burocracia.
Segundo a Economist, o excesso de regras tem “sufocado a construção de casas, investimentos e inovações”, especialmente nas economias ricas. Nos Estados Unidos, são “12 bilhões de horas anuais gastas apenas para cumprir regulamentos federais”, enquanto na Dinamarca, empresas gastam em média 300 mil euros anuais em declarações de sustentabilidade.
Apesar disso, o texto ressalta que algumas regulamentações são inevitáveis, como normas de segurança alimentar e rodoviária, além de leis ambientais: “regras e governos são essenciais em qualquer sociedade. Sem elas, a vida seria mais curta e menos segura.”
O artigo também aponta que a desregulamentação enfrenta resistência de grupos organizados, como sindicatos e ambientalistas, interessados em manter regulações específicas. Segundo o FMI, “metade das reformas discutidas nas últimas três décadas nunca foi implementada.”
Para a Economist, a solução seria combinar a preparação técnica da equipe de Milei com a ambição europeia de cortar a “selva de regras”. Porém, como conclui o texto, há o risco de que nem América nem Europa consigam acertar o equilíbrio.
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