Resistência da JBS a explicar caso Wassef ameaça acordo leniência de sua controladora
A resistência da JBS a esclarecer os pagamentos milionários a Frederick Wassef foi a gota d'água para travar, de vez, o já ameaçado acordo de leniência do Ministério Público Federal com a J&F. Após a resposta evasiva da empresa, procuradores da Operação Greenfield desistiram de novas audiências com advogados da holding. E ainda disseram à...
A resistência da JBS a esclarecer os pagamentos milionários a Frederick Wassef foi a gota d'água para travar, de vez, o já ameaçado acordo de leniência do Ministério Público Federal com a J&F. Após a resposta evasiva da empresa, procuradores da Operação Greenfield desistiram de novas audiências com advogados da holding. E ainda disseram à Justiça Federal que só vão retomar o diálogo quando os repasses ao escritório de advocacia de Wassef foram esclarecidos.
A última audiência sobre o caso ocorreu no dia 24 de agosto, e foi marcada pelo clima tenso entre procuradores e advogados da J&F. Nos últimos meses, o MPF tem alertado à Justiça para o descumprimento do acordo de leniência da holding – firmado em 2017, o termo prevê multa de 10,3 bilhões de reais.
Até então, os principais problemas eram o atraso na entrega de relatórios internos de investigação, além da destituição, pela J&F, de um comitê destinado a fiscalizar o cumprimento do acordo. Em meio a esse imbróglio, Crusoé revelou que Wassef recebeu 9,8 milhões de reais da JBS. A reportagem também mostrou que, com ajuda do presidente Jair Bolsonaro e do procurador-geral, Augusto Aras, Wassef foi recebido na PGR para tentar salvar os acordos de delação premiada dos irmãos Batista. A partir de então, a Greenfield deu cinco dias para a empresa se explicar.
No lugar de esclarecimentos, no entanto, a JBS deu uma resposta ríspida. Disse que os procuradores tentavam violar seu sigilo na relação com advogados, e ainda fez questão de livrar Bolsonaro e Aras da história, sob a justificativa de que a maior parte dos pagamentos foi feita em 2017, com Temer na Presidência e Raquel Dodge na PGR.
Se fora dos autos não houve resposta, os procuradores recorreram à Justiça Federal para que obrigue a J&F a apresentar contratos, petições e outros documentos que comprovem a prestação de serviços do advogado Frederick Wassef à JBS e a outras empresas do grupo. "Outrossim, o MPF manifesta-se contrariamente à realização de nova audiência enquanto as informações acima listadas não forem apresentadas pela J&F e pela JBS ao MPF e a este juízo".
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (7)
jose
2020-09-07 13:38:44Tem que esclarecer tudo. Esse acordo, desde o inicio, mostra como o MPF é uma nau que cada um quer governar a seu modo.
EDVALDO
2020-09-07 11:29:15Não vai dar em nada. Daqui a pouco o PG do Bolsonaro, Aras, e mais algum do STF entram no circuito e SHAZAN.
Aguia
2020-09-06 09:29:04JBS: se correr o bicho pega, se ficar...
Maria
2020-09-06 09:01:19Quando se tem um Augusto Aras dando as cartas (a mando de JB )a favor da J&F a palavra JUSTIÇA é devaneio! A Indicação para STF não tem preço,imoralidade não tem limite! maria elisa alves de lima
ADONIS
2020-09-06 09:01:03Seguindo a risca os compromissos com seus patrões criminosos o Procurador Geral, apoiado por Bolsonaro, Gilmar e outras figuras sinistras, vai destruir a operação Greenfield. Se der ainda vão botar os procuradores na cadeia e calar a imprensa que denunciar. É aquele filme em que os bandidos prendem o xerife. Tudo é culpa do Ano do Rato no horóscopo chinês.
Wanderlei
2020-09-06 08:39:31Tem que apertar os caras até o bagaço porque tem muito caldo ainda para sair.
Jose
2020-09-06 07:34:44Kkkkkkkkkk. Desmatamento = Grileiros = JBS = Wassef = Bozo. Será que ainda preciso desenhar as relações? Investiguem que vocês encontrarão!