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Programa ‘O Aprendiz’ turbinou finanças de Trump, mas efeito acabou, diz jornal

29.09.20 13:30

O programa de televisão O Aprendiz, que estreou em 2004 tendo o empresário e futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como estrela principal, rendeu ao seu apresentador 427 milhões de dólares ao longo de 16 anos. Pelo contrato com o canal NBC, Trump teve direito a metade dos lucros e ainda aproveitou a fama vendendo sua marca para uma porção de produtos, que incluíram detergentes, colchões, bebidas, perfumes e vitaminas. A renda advinda do programa de televisão fez com que ele declarasse rendimentos positivos em 2004 e 2005, depois de anos de perdas seguidas. O dinheiro o ajudou a contornar prejuízos com cassinos e o impulsionou a comprar diversas propriedades ao redor do mundo, incluindo onze campos de golfe.

As informações constam da segunda parte da reportagem do jornal The New York Times, que teve acesso a declarações do imposto de renda de Donald Trump tornadas públicas no domingo, 27. O problema, segundo o jornal, é que essa renda extra secou. Desde 2011, o faturamento com a televisão começou a cair vertiginosamente, até o programa ser suspenso em 2015.

Para adquirir os campos de golfe, Trump usou o dinheiro do programa de televisão e hipotecou o espaço comercial da Trump Tower, em Manhattan, por 100 milhões de dólares. O valor terá de ser pago em 2022. “Essas manobras realizadas uma única vez, juntamente com os mais de 427 milhões de dólares de O Aprendiz e os acordos de licenciamento, provavelmente forneceram dinheiro suficiente para cobrir seus investimentos em campos de golfe. Mas essas manobras não podem ser repetidas, e em pelo menos um caso — a hipoteca da Trump Tower — elas terão de ser pagas”, diz o The New York Times.

O jornal também afirma que muitos dos empreendimentos imobiliários de Trump no exterior, em que o empresário licenciava sua marca, não prosperaram. Entre eles está o hotel que foi construído no Rio de Janeiro. Em 2016, as Organizações Trump decidiram sair do negócio em meio a problemas com corrupção.

O retrato pintado pelo jornal é o de um empresário sem tino para os negócios, que em breve terá muitas contas a pagar e nenhuma verba extra. “À medida que o presidente entra nas últimas semanas de sua campanha de reeleição perdendo em praticamente todas as pesquisas, Trump enfrenta desafios políticos e financeiros”, diz o jornal. “Muitas das velhas válvulas de escape financeiras se fecharam.”

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