Patrocínios ocultos: ex-assessora tenta diminuir papel de Gilmar

14.05.18 20:25

A propósito de reportagem publicada por Crusoé na última sexta-feira sobre os patrocínios ocultos ao Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), a advogada Dalide Corrêa, braço direito do ministro Gilmar Mendes por duas décadas e ex-diretora da instituição, assume a responsabilidade pelos contratos, procura livrar o ex-chefe de participação nas tratativas e diz que a decisão de exibir ou não as marcas das empresas era “unilateral do patrocinador”.

Segundo Dalide Corrêa, os patrocinadores que davam dinheiro para os projetos do IDP não apareciam como tal se não quisessem — e, quando não queriam, tudo era registrado em contrato. “Ao IDP cabia o cumprimento do pactuado contratualmente, tendo em vista que a exposição da marca era decisão unilateral do patrocinador”, diz.

Como revelou a reportagem, muitas das empresas que contribuíram com o instituto nos últimos anos — inclusive as que tinham seus nomes mantidos em segredo — têm interesse em processos em curso no Supremo Tribunal Federal, do qual o ministro Gilmar Mendes, dono do IDP, é integrante.

Na nota, Dalide Corrêa se esforça para eximir o ministro de responsabilidade: “Sinto-me na obrigação de esclarecer que todas as tratativas para a celebração destes (contratos) eram de minha iniciativa e competência”. “O ministro Gilmar Mendes atuava como coordenador científico do IDP, e apenas estabelecia as linhas acadêmicas de atuação da instituição educacional e de pesquisa, ministrava aulas nos cursos do instituto e, tal qual, era remunerado por essa prestação de serviços específica. Não houve pagamentos relacionados à participação em patrocínios”.

Como mostrou a reportagem de Crusoé, não é exatamente o que diz uma troca de mensagens em que o ministro, gentilmente, pede à própria Dalide: “Veja se consegue começar a me pagar o resultado do patrocínio”. Ela, diligente, responde: “Quer de uma vez ou dividido?”.

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